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Mas o comprador, estando de boa fé, deveria-te estar a pagar a mensalidade.
Tu pagas à rci, ele paga a ti!

Nonnus Escreveu: ↑

07 fev 2020, 15:40

Pelo que foi explicado (foi o que eu percebi) aos olhos da RCI ele é a pessoa que assinou o contracto, é ele que o tem de cumprir, até a outra pessoa pedir a transferência do contracto. Se cancelar os pagamentos fica em incumprimento. Mais chatices...

A RCI não quer saber se ele vendeu o carro, se o destruiu, se o deu. Enquanto não devolverem a bateria, a mensalidade tem de ser paga.

É mais ou menos isso.
Podia colocar a hipótese de cancelar o aluguer de bateria antes de vender o carro, para não ficar a pagar enquanto o comprador não fizer novo contrato, mas mesmo isso pode sair mais caro, porque cancelar o contrato antes do termo tem penalizações previstas.

O aluguer de baterias é tratado pela RCI, que é uma empresa maioritariamente financeira e de crédito, para eles um aluguer é como uma renda, os contratos estão feitos de forma a que eles recebam sempre.

A parte que me levanta mais suspeitas de legitimidade é durante a transferência de contrato porque o contrato é omisso em relação a este assunto.
O impresso de transferência de contrato é que tem letrinhas que implicam a desresponsabilização da RCI e empurram a responsabilidade para o vendedor e comprador tratarem de tudo.



Reparem que a RCI por um lado diz ao Vendedor que tem de continuar a pagar enquanto não houver novo contrato e diz ao Comprador que tem 8 dias para tratar de tudo.
Mas quando os questionei disseram

a revenda desta viatura é um negócio entre V. Exa. e comprador, onde a RCI não tem qualquer responsabilidade è excepção de remeter os elementos necessários à transferência do contrato de aluguer de um nome para outro. Em efeito, caso "se o comprador estiver de má fé e não remeter os referidos documentos" a RCI não tem qualquer forma legal de obrigar a que isso ocorra, assitindo a V. Exa. a possibilidade de recorrer às instâncias judiciais para o efeito enquanto titular do contrato de aluguer de uma viatura que terá vendido.

O contrato de aluguer pode ser abusivo, mas eu li tudo, assinei e sabia com o que contar ao longo destes anos.

É na hora de vender, neste procedimento de transferência de contrato e resposta da RCI que me parece haver matéria para a defesa do consumidor.
O documento de transferência adverte a bold o comprador, mas caso este não cumpra os 8 dias, nada faz porque o vendedor assinou que vai continuar a pagar.

Imaginem que os senhorios de casas arrendadas fazem uma coisa deste género.
Assinas contrato por 3 anos, ao fim dos quais podes renovar por outros tantos, sabes que é possível cancelar com penalidades, mas como precisas mesmo da casa aceitas o negócio.
Um dia mudas de emprego e até tens um conhecido que gosta da casa, vais falar com o senhorio e ficas a saber que só deixas de pagar renda quando o novo inquilino chegar a acordo com o senhorio!
Mas isso não está escrito no contrato inicial dos 3 anos, apenas num documento que só vais ter conhecimento quando contactares o senhorio a dizer que encontraste novo inquilino.

Mas porque é que o comprador não mudou já o contrato para nome dele?

alexmol Escreveu: ↑

07 fev 2020, 13:22

Como pode o seguro para um carro que vale 5000€ + uma bateria que vale 8000€ custar tanto como um seguro contra todos os riscos para um carro novo de 40000€ ?

Estamos a fazer o falar de que valores +/-?

Que sorte que eu tive de acabar por não optar pelo Zoe!

Eu também acho que isso devia ir para tribunal e também provavelmente tentaria evitar dores de cabeça e tentaria resolver com o comprador.

Quanto aos que sugerem não pagar, imaginem que o comprador ficava impossibilitado de usufruir do carro, poderia ter razão para anular a venda.

Ja ouviram falar de contratos ou posições "leoninas"? É quando só uma das partes tem direitos face à outra(ou desproporcionais). Em tribunal pode correr muito mal à RCI.
Outra alternativa é o Centro de Arbitragem do sector automóvel.

Erbium Escreveu: ↑

07 fev 2020, 18:58

Mas porque é que o comprador não mudou já o contrato para nome dele?

O motivo é irrelevante para esta discussão.
Não quero discutir o meu caso particular (faço isso em privado com o Comprador e não num fórum público).
Quero alertar e informar no geral quem possa passar pelo mesmo.

Seja por bons ou maus motivos o Vendedor fica numa posição precária.
Imaginem que sabem à partida que o Comprador é um tipo duvidoso. Então o mais sensato será não vender o carro ? E ficar a pagar mais meses até encontrar um Comprador que pareça honesto?
E se for alguém que parece muito honesto mas assim que assinam os papeis começa a usar o carro e nunca envia nada para a RCI?
Na realidade não interessa o motivo. Há várias maneiras da coisa correr mal, e nunca corre mal para o lado da RCI.

migle Escreveu: ↑

07 fev 2020, 21:43

alexmol Escreveu: ↑

07 fev 2020, 13:22

Como pode o seguro para um carro que vale 5000€ + uma bateria que vale 8000€ custar tanto como um seguro contra todos os riscos para um carro novo de 40000€ ?

Estamos a fazer o falar de que valores +/-?

Estamos a falar de valores entre os 400 e os 500€ anuais.

Optando por fazer um seguro básico + um seguro à parte só para a bateria o total vai acabar por ficar também nesses valores.

Ou seja, quando venderem um carro com aluguer de bateria têm de informar o comprador que vai ter que fazer um seguro contra todos os riscos, algo que em teoria não é obrigatório mas que na prática é.

E pronto! Chegou ao fim este diário.

Foram precisos 4 meses para a RCI tratar da transferência de contrato, durante os quais continuei a pagar a mensalidade

Finalmente, este mês, fizeram a devolução das mensalidades após a venda do carro e posso respirar de alívio.

Deixa algumas saudades o conforto, robustez (nada de barulhos parasitas) e facilidade de condução do carro, mas tudo o resto é para esquecer.

A assistência Renault deixou muito a desejar e a RCI em particular foi o pior que já vi em termos de atenção ao cliente. Até a Autoridade Tributária me parece mais atenciosa que a RCI.

Quanto à App FluenceZESpy não vou desenvolver mais. Continua na PlayStore e o código fonte está disponível no Github se alguém quiser pegar no assunto.

Quase 5 anos certos depois do primeiro post dou por terminado este diário agradecendo aos que o acompanharam e de alguma forma contribuíram para uma discussão amigável e construtiva.

Obrigado e até já!


FIM

Ufa, finalmente. Dou muitas vezes o exemplo deste tópico quando alguém me diz que o aluguer das baterias é boa ideia

alexmol Escreveu: ↑

25 mai 2020, 21:30

Finalmente, este mês, fizeram a devolução das mensalidades após a venda do carro e posso respirar de alívio.

Bem, afinal acabou com um ponto positivo que já ninguém esperava.

Parabéns!