DIÁRIO DE BORDO - mjr

Fórum para partilhar as experiências de condução dos proprietários do Leaf 24 e 30 kW.h.
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mjr
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Re: DIÁRIO DE BORDO - mjr

Mensagem por mjr » 10 jul 2012, 09:20

Que eu saiba o Leaf é o único VE que possui além do indicador de estado de carga (as 12 barras compridas do lado esquerdo), 12 barras de capacidade da bateria (as 12 barras pequeninas do lado esquerdo). Isto demonstra grande confiança no produto. É que é muito difícil a uma pessoa sentir uma perda de 10% a 20% de capacidade devido às variações de condições de condução do dia a dia e de ajuste inconsciente do estilo de condução à autonomia estimada pelo carro.

Sobre o iMiEV, eu não sei se a BMS dele permite aceder aos 16kW.h da bateria (a do Leaf não permite aceder à totalidade dos 24kW.h). Mesmo que permitisse, a eficiência de carga seria sempre abaixo de 100% (no Leaf é de 91,5% através do EVSE fornecido com o carro). Considerando que podes aceder aos 16kW.h e 90% de eficiência, seriam necessários 17,8kW.h para carregar de 0% a 100%.

O melhor mesmo é esvaziar a bateria e medir a energia gasta a carregar até 100%. E passado alguns meses, a temperaturas semelhantes, repetir o teste para avaliar a degradação.

Os fatores de degradação de capacidade das baterias são:

1 - Temperatura
2 - Temperatura ;)
3 - Ciclos
4 - Tempo em estados de carga elevados (>90%) especialmente a temperaturas elevadas

Os ciclos devem ser considerados de acordo com a sua profundidade. Por exemplo uma bateria que em 500 ciclos de 100% de profundidade perca 10% de capacidade poderá perder apenas 5% em 1000 ciclos de 50% (a totalidade de energia movimentada é a mesma, mas a degradação é menor). Quanto menor for a profundidade dos ciclos melhor.
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Re: DIÁRIO DE BORDO - mjr

Mensagem por Malm » 10 jul 2012, 10:50

OK, então se eu conseguir dar-lhe 17,8 kw/h de uma vez, partindo do princípio que os pressupostos estão corretos (deixa mesmo carregar 16 kw/h, a eficiência de carga é 90%), as baterias estão como novas. Agora já percebo porque é que o aparelho que comprei no LIDL e que me mede o consumo marcava à dois meses 16,44 kw/h ao fim de um carregamento :D (não sabia que o rendimento do processo de carga não era de 100%, realmente sou um grande nabo nestas coisas, não é do nada que o EVSE aquece). E de início não estava a 0% (nem sequer tinha a tartaruga e ela equivale a uma barra, pelo que já andei com ela), estaria para aí a 6% (é o que me costumam dar os PCR quando chego lá mesmo a aparecer a tartaruga). Ou seja levava 17,5 kw/h dos 0 aos 100% e então estariam quase como novas.
Eu sei que é impossível ao fim de 15 meses e 24.500 km estarem a 100%. Essa é uma realidade a que não posso fugir. Mas 5% de degradação ao fim de um ano é muita coisa e de certeza vai afastar compradores.
Bem, ficou de noite a carregar e como se calhar hoje nem saiu com ele vou dar cinco voltas à garagem do condomínio em modo agressivo para ficar pelos 98% e se vier calor de tarde sempre ameniza a coisa.
Última edição por Malm em 10 jul 2012, 11:22, editado 1 vez no total.
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Re: DIÁRIO DE BORDO - mjr

Mensagem por RJSC » 10 jul 2012, 11:17

mjr Escreveu: E na minha opinião, tendo em conta a habitual degradação que acontece nas baterias de portáteis e telemóveis e outros equipamentos, 5% de degradação no primeiro ano é mesmo MUITO BOM.
Mal de nós se o comportamento das baterias num VE for o mesmo que num portátil!
Raro é o que aguenta 3 ou 4 anos sem ir abaixo de metade da capacidade!

A química das bateria do Leaf é diferente das dos portáteis: Lítio, Níquel, Manganês e Cobalto. Supostamente deve ter mais durabilidade.

Os portáteis vêm comummente com Lítio Óxido de Cobalto que se degradam mais rápido, e alguns com Lítio Polímeros que só têm 500 ciclos de duração.

Por a Tesla andar a usar células de portátil (Lítio Óxido de Cobalto) nas suas baterias é que tem que ter o sistema de refrigeração ativo com líquido, senão a bateria num ou 2 anos estava toda desgraçada como a de muitos portáteis.

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Re: DIÁRIO DE BORDO - mjr

Mensagem por Malm » 10 jul 2012, 11:27

Espero que as do I-MiEV também sejam dessas de Lítio, Níquel, Manganésio e Cobalto :|.
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Re: DIÁRIO DE BORDO - mjr

Mensagem por mjr » 10 jul 2012, 13:39

O grande problema dos portáteis é a temperatura e o estado de carga estar quase sempre a 100%. Já muito bem elas se aguentam nestas condições. Os portáteis deveriam ter um modo de colocar a bateria a 60% ou 80% para utilização ligada à corrente e quando a pessoa quisesse mais autonomia iniciava a carga a 100%. Mesmo assim, nos últimos anos a evolução tem sido dramática. Conheço um portátil com 4 anos, sempre ligado à corrente (100% SOC), e que tem mais de 80% da capacidade inicial.

Nos telemóveis o problema é o número de ciclos muito elevado. Facilmente num ano se chega a 300 ciclos de 100% equivalente. Além disso quando se coloca a carregar de noite, ao fim de 2 horas estão a 100% e depois passam várias horas nesse estado.

Quando comprei o carro estimei uma degradação entre 3% e 5% por ano e analisei o tempo que com esta degradação o carro seria útil. Estimei pelo menos 10 anos. De acordo com as condições atuais esse valor é de 13 anos, sem obrigar a carregar a meio. Para mim é suficiente. Daqui a 13 anos pode dar um bom primeiro carro para a minha filha, com o bónus de ter uma autonomia reduzida ;)

Não vale a pena medir agora 18kW.h no iMiEVe assumir que está tudo bem. É necessário comparar dois valores espaçados no tempo para avaliar, pois há a incógnita do rendimento de carga. O problema do rendimento nem é no EVSE, é mesmo no carregador integrado e os consumos parasitas (bombas de refrigeração, eletrónica, etc).

A química do LEAF não é (ainda) Li NMC. Neste momento é LiMnO2:

http://www.eco-aesc-lb.com/en/product.html
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Re: DIÁRIO DE BORDO - mjr

Mensagem por RJSC » 10 jul 2012, 14:39

Pois, isso será para a versão de 200 e tal km... :oops:
Mesmo assim em termos de degradação as LiMn02 são melhores que as dos portáteis.

Esse portátil está assim porque esteve numa secretária (e não em cima de tecido como muitos) e porque praticamente não fez ciclos nenhuns.

Eu tive um que também me durou 4 anos até partir uma pista interna na motherboard que levava o sinal do botão de ligar e não notei perda de capacidade, e isto porque fez muito poucos ciclos.

Como a bateria durava 4h 30m à vontade quase nunca fez um ciclo completo. Se fez 20 ciclos em 4 anos foi muito...Também eu para onde vou levo sempre o transformador e ligo sempre que existe uma tomada por perto.
Passou quase toda a vida em 100% SoC, ou então os 100% reportados que como no Leaf poderão não ser a bateria carregada ao máximo.
A minha namorada acabou por comprar um igual quando o modelo estava ser descontinuado e eu dei-lhe a bateria do meu, hoje, passados 7 anos ela ainda faz 4h ~4h15m... :shock:

Em contrapartida, agora tenho um em que por a bateria ter menos capacidade (Nova: 48 wh Antiga: 77wh) e muito maior consumo do novo CPU com 2 núcleos mal dá para 1h20, a bateria passado ano e meio já nem 50% aguentava. Veio uma chinesa do eBay (com células Japonesas) para a substituir por menos de metade do preço original.

A diferença de tratamento é que esta como dura pouco eu para fazer alguma coisa desligado da corrente tenho que colocar o computador a encerrar a 2% SoC e várias vezes por semana ela desce a 2%. O outro normalmente era desligado quase sempre acima 40% porque não precisava de mais. Além disso a taxa de descarga por célula é bastante mais elevada no portátil novo, já que em 1h20m desaparece a carga toda.

Já se sabe que quem é pioneiro é que anda sempre com o coração nas mãos... Mas felizmente, parece que temos que nos preocupar mais com os postos da Mobi.e bloquearem e desligarem disjuntores que com as baterias. :roll:

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Re: DIÁRIO DE BORDO - mjr

Mensagem por mjr » 10 jul 2012, 14:51

RJSC Escreveu:Pois, isso será para a versão de 200 e tal km... :oops:
Esse portátil está assim porque esteve numa secretária (e não em cima de tecido como muitos) e porque praticamente não fez ciclos nenhuns.
Talvez tenha feito uns 300 ciclos em 4 anos. São poucos ciclos por ano.

O meu LEAF já gastou 5000 kW.h, o que dá mais de 200 ciclos completos (na realidade foram uns 400 ciclos de 50% DoD). Já não é pouco...
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Re: DIÁRIO DE BORDO - mjr

Mensagem por mjr » 10 jul 2012, 15:08

Malm Escreveu:Mas 5% de degradação ao fim de um ano é muita coisa e de certeza vai afastar compradores.
Se de facto a degradação pelos ciclos de carga e descarga for não linear e baixar com o tempo 5% é muito pouco no primeiro ano. Diz-se que a degradação pelos ciclos é proporcional ao quadrado do tempo (para o mesmo número de ciclos por unidade temporal), ou seja a degradação é a mesma para um intervalo de tempo que é o dobro do inicial. No primeiro ano perde 5%, nos 2 seguintes perde mais 5%, nos quatro seguintes mais 5%, etc. Neste caso chegaria aos 80% ao fim de 1+2+4+8 =15 anos. Como há que somar à degradação pelos ciclos a degradação pelo tempo parada (que é fortemente dependente da temperatura e estado de carga) podemos chegar aos 70%-80% estimados pela Nissan ao fim de 10 anos.

Um dos problemas dos portáteis e telemóveis é que a capacidade de potência das baterias é reduzida, pelo que uma perda de capacidade de 30% pode comprometer o funcionamento do sistema. No caso do LEAF há muita folga de potência nas baterias pelo que mesmo com capacidades muito reduzidas (50%) ele ainda conseguirá desenvolver a potência máxima numa gama elevada de estados de carga.
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Re: DIÁRIO DE BORDO - mjr

Mensagem por Malm » 10 jul 2012, 15:51

Então quando me perguntarem se ao fim destes 15 meses as baterias perderam capacidade a resposta é - sim, e se a seguir me perguntarem quanto a resposta é - não sei, tanto podem ter sido 10%, como 5%, como 3%. Como não fiz nenhuma medição inicial, não posso tirar conclusões agora. Mas se ao fim de 10 anos perder 20% da capacidade, que foi isso que eu sempre li, está ótimo. Ao contário da maioria, uso sempre o VE, mesmo em viagens maiores, e só por isso é que lá estão os 24.500 km. De casa à escola do miúdo e à minha, não é mais de 1 km, o que quer dizer vou de certeza morrer antes do carro deixar de me poder levar para o trabalho :D . As viagens longas (mais de 200 km) no VE deixam de fazer sentido quando tiver de pagar 7 € nos PCR para andar 80 km (a não ser que o gasóleo suba muito nos próximos anos). Agora ir e vir de Lisboa e gastar 1€ dá-me gozo.
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Re: DIÁRIO DE BORDO - mjr

Mensagem por RJSC » 10 jul 2012, 17:45

Malm Escreveu:As viagens longas (mais de 200 km) no VE deixam de fazer sentido quando tiver de pagar 7 € nos PCR para andar 80 km (a não ser que o gasóleo suba muito nos próximos anos). Agora ir e vir de Lisboa e gastar 1€ dá-me gozo.
Se a Mobi.e começar a vender assim uns 17 kWh para carregar um iMiev por 7€ a coisa não está famosa para o pessoal que como eu quer um VE para único carro.
Eu tinha lido coisas como 5€ para um Leaf (24-25 kWh), mas já não digo nada...

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