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M-Byte

Enviado: 10 set 2019, 23:19
por Nelson
Certamente que muitos desconfiam de carros chineses , mas a NIO e a Byton sempre tiveram intenção em vender nos EUA e Europa. A Byton tem procurado promover o seu SUV M-Byte e para tal nos EUA patrocina o canal youtube E for Eletric . Na Europa não podia dispensar o salão de Frankfurt mesmo que ofuscado pelo protagonismo do ID.3 e do Taycan. Conseguiu que o Bjørn Nyland se interessasse pelo carro e seguem abaixo dois videos, sendo que o 2º é um "interrogatório" com as questões mais relevantes. É um SUV de grandes dimensões e bastante interessante, estando abertas as reservas (gratuitas) e prevê-se entregas em 2020, tendo já uma fábrica na China. Virá com 2 versões de bateria.

Especificações:
Dimensões (Comp x Larg x Alt): 4,875m x 2,195m x 1,665m
Bagageira: 550 Litros
Velocidade Máxima: 190 km/h
Entregas: 2020
Carregamento Normal: 11 kW (opção de 22kW)

Versão RWD:
Potência:268 cv
0-100km: 7,5s
Bateria Capacidade Útil: 72 kWh
Autonomia (WLTP) Estimado : 360km
Carregamento Rápido: 120 kW

Versão AWD:
Potência: 402 cv
0-100km: 5,5s
Bateria Capacidade Útil: 95 kWh
Autonomia (WLTP) Estimado : 435km
Carregamento Rápido: 150 kW

Site Oficial: https://www.byton.com/

Imagem





Re: M-Byte

Enviado: 11 set 2019, 09:49
por Nonnus
Ontem também vi o video do Bjorn e sinceramente não achei nada de especial. Não sei se é estereotipo, mas achei muito "chinês".

Aquilo começa logo mal quando o Bjorn diz que aquilo que as pessoas vão ver é o que vão ter quando comprarem, e depois com avanço das perguntas chegamos a conclusão que aquele carro esta longe do carro de produção. Também começa mal quando ele entra no carro e pede para desligar as ventoinhas e o tipo da Byton diz que é automático e não dá para desligar :shock:

Aquele ecrã gingante controlado pelo tablet no centro do volante não sei será muito pratico e intuitivo. :roll:

Re: M-Byte

Enviado: 11 set 2019, 21:20
por migle
Há alguma relação entre o Byton e o NIO?

Re: M-Byte

Enviado: 11 set 2019, 22:39
por Nelson
migle Escreveu:
11 set 2019, 21:20
Há alguma relação entre o Byton e o NIO?
Não existe. Só usei exemplos de construtores chineses com intenção clara de vender no Ocidente e vai ser uma tendência crescente no futuro. No entanto este rotulo "chinês logo mau produto" vai ser cada vez mais difícil de justificar com o passar dos anos. A China é o maior mercado EV do mundo e aquilo que, por exemplo nos telemoveis demorou 7-8 anos (quem hoje fala mal da qualidade dos Huawei?), mais ser mais rápido nos EV. Já agora o M-byte vai ser vendido por 45 mil dólares dos EUA o que não é um mau preço.

Re: M-Byte

Enviado: 11 set 2019, 22:42
por migle
Obrigado pela informação, mas eu pensava que o Byton era europeu, já tinha visto umas entrevistas há muitos meses. Será europeu fabricado na China? Nesse caso podemos fazer como a Apple que em vez de usar a expressão "Made in" usa "Designed by Apple in California" (senão o sprodutos eram tão chineses quanto os da Huawei).

Re: M-Byte

Enviado: 11 set 2019, 23:15
por Nelson
migle Escreveu:
11 set 2019, 22:42
Obrigado pela informação, mas eu pensava que o Byton era europeu, já tinha visto umas entrevistas há muitos meses. Será europeu fabricado na China? Nesse caso podemos fazer como a Apple que em vez de usar a expressão "Made in" usa "Designed by Apple in California" (senão o sprodutos eram tão chineses quanto os da Huawei).
É um pouco diferente, a Byton como empresa foi fundada na China. Mas é verdade, Migle, que num mundo mais globalizado este "rotulo de nação de origem" vai fazer cada vez menos sentido e o grupo de pessoas de gere estas companhias é cada vez mais multinacional (como é o caso de Byton que na sua origem teve alguns que vieram de construtores europeus).

Mas é o novo mundo em que vivemos. A Polestar por exemplo é uma companhia chinesa ou sueca? A Geely (chinesa) detem a Volvo e efetivamente é a que têm mais experiência na construção de modelos eletricos, tendo já vendido mais de 50 mil veiculos eletricos na China este ano e os modelos da Polestar vão efetivamente ser fabricados na China. No entanto a maioria das pessoas vai ver o Polestar como um carro da Volvo.

Re: M-Byte

Enviado: 12 set 2019, 00:02
por migle
A entrevista com o CTO é muito interessante. "A Byton não está a tentar fazer o carro mais eficiente", "está a tentar dar uma boa experiência de utilização", "estamos na era do UI/UX".

O NIO não tem nada a ver, tem aquele ar um bocado mal acabado que às vezes transparece em certos produtos chineses (e.g. um belíssimo tablet, processador rápido, muita memória, muita bateria, mas depois um ecrã com uma cor manhosa, software fraco). O M-Byte não parece da mesma liga.

Re: M-Byte

Enviado: 12 set 2019, 10:06
por Nonnus
Há muitos anos que ouvimos falar de marcas chinesas de carros no entanto nenhuma conseguiu entrar no mercado europeu, um dia isso vai mudar é certo. O motivo pelo qual as marcas chinesas não conseguem entrar no mercado europeu é porque os carros deles não conseguem cumprir a normas europeias seja em segurança seja em emissões.

A Volvo é sueca com capital chinês. A engenharia é sueca e como tem provas dadas era estúpido alterarem aquilo que é bom. Os chineses (leia-se marcas chinesas) não constroem como nós europeus. Lembro-me de ver um documentário sobre a industrialização da china, onde um dos exemplos era o fabrico de tractores agrícolas, onde era mencionado que eles construíram o tractor todo, mas não sabiam fazer a caixa de velocidades (as caixas de velocidades dos tractores são mais complexas que as dos carros), a solução que arranjaram foi comprar uma marca de tractores franceses que estava na falência para ficarem com os desenhos das caixas de velocidades. O mesmo se passou quando compraram moldes de antigos modelos da Saab para construírem na china. A compra de marcas europeias pelos chineses tem o objectivo de eles aprenderem como fazemos as coisas.

Nos tractores já existem marcas chinesas a serem comercializadas em Portugal, o problema é que não são tão bons como os das marcas europeias ou americanas, mas também custam menos de metade do preço. O maior problema é assistência dessas marcas, avariou, agora vai comprar outro porque peças não há. Quando começarem a vender carros na Europa se isto acontecer rapidamente perdem credibilidade. Muitos de nós lembramos-nos de nos finais dos anos 80 inicio de 90 das marcas russas que chegaram a ser comercializadas cá, depois tinham o problema da assistência em que não havia ninguém que soubesse mexer nem havia peças.

O exemplo os telemóveis é muito diferente (cá em casa é tudo Xiaomi) fora a Huawei que constrói alguns componentes como processadores, marcas como a Xiaomi usa componentes fabricados por outros com provas dadas fazem a assembelagem, desenvolvem o software e tem um produto bom.

Re: M-Byte

Enviado: 12 set 2019, 22:23
por Nelson
Nonnus Escreveu:
12 set 2019, 10:06
Há muitos anos que ouvimos falar de marcas chinesas de carros no entanto nenhuma conseguiu entrar no mercado europeu, um dia isso vai mudar é certo. O motivo pelo qual as marcas chinesas não conseguem entrar no mercado europeu é porque os carros deles não conseguem cumprir a normas europeias seja em segurança seja em emissões.

A Volvo é sueca com capital chinês. A engenharia é sueca e como tem provas dadas era estúpido alterarem aquilo que é bom. Os chineses (leia-se marcas chinesas) não constroem como nós europeus. Lembro-me de ver um documentário sobre a industrialização da china, onde um dos exemplos era o fabrico de tractores agrícolas, onde era mencionado que eles construíram o tractor todo, mas não sabiam fazer a caixa de velocidades (as caixas de velocidades dos tractores são mais complexas que as dos carros), a solução que arranjaram foi comprar uma marca de tractores franceses que estava na falência para ficarem com os desenhos das caixas de velocidades. O mesmo se passou quando compraram moldes de antigos modelos da Saab para construírem na china. A compra de marcas europeias pelos chineses tem o objectivo de eles aprenderem como fazemos as coisas.

Nos tractores já existem marcas chinesas a serem comercializadas em Portugal, o problema é que não são tão bons como os das marcas europeias ou americanas, mas também custam menos de metade do preço. O maior problema é assistência dessas marcas, avariou, agora vai comprar outro porque peças não há. Quando começarem a vender carros na Europa se isto acontecer rapidamente perdem credibilidade. Muitos de nós lembramos-nos de nos finais dos anos 80 inicio de 90 das marcas russas que chegaram a ser comercializadas cá, depois tinham o problema da assistência em que não havia ninguém que soubesse mexer nem havia peças.

O exemplo os telemóveis é muito diferente (cá em casa é tudo Xiaomi) fora a Huawei que constrói alguns componentes como processadores, marcas como a Xiaomi usa componentes fabricados por outros com provas dadas fazem a assembelagem, desenvolvem o software e tem um produto bom.
Foi uma boa exposição Nonnus mas não posso concordar na tese de "os chineses nunca vão evoluir para os padrões tecnológicos europeus e americanos". Já não podemos ver a China como um país que copia mal o que de melhor se faz no Ocidente. O melhor exemplo é o 5G onde estão à frente dos EUA e onde a Europa infelizmente não existe. É tudo uma questão do mercado alvo. Na China onde nas maiores cidades é preciso uma licença com uma lista de espera de anos para conduzir carros a combustivel, as pessoas de bom grado aceitam um carro eletrico barato e qualidade mediana. Mas estes construtores têm noção que dificilmente venderiam esses carros no Ocidente e já percebem o que este padrão de consumidores exige.

Aproveitando o exemplo que deste dos telemóveis, comprei um smartphone android chines em 2010 e no ano passado um Xiaomi. Foram 8 anos para evoluir de um produto mediano para um consensual a nível de qualidade. A minha aposta é que não vão ser precisos 8 anos para que os carros eletricos chineses sejam vistos como um produto de qualidade. Já agora a Geely também comprou metade da Smart (cujos modelos passarão a ser comercializados apenas na versão eletrica), confirmando que está com uma politica agressiva de compras na Europa orientada para a Mobilidade Eletrica

Re: M-Byte

Enviado: 12 set 2019, 23:27
por migle
Pois... desculpem-me ter caído no cliché habitual...
A questão não é marcas chinesas. A questão é produtos que são destinados ao mercado chinês. O exemplo da tablet outra vez, claro que não só a maior parte são feitos na China, como muitas das principais marcas são chinesas.
Mas são substancialmente diferentes os produtos chineses feitos para vender nos EUA (e.g. Lenovo) e os feitos para vender na China (e.g. Chuwi).