migle Escreveu: ↑06 jun 2019, 22:56
Dessa combustão incompleta. resultam formas sólidas e amorfas de carbono, carvão, que é o preto que vemos no fumo. É precisamente para apanhar todo esse
soot que existe o filtro de partículas.
Mesmo num motor que esteja já na temperatura ideal de funcionamento e que esteja bem afinado, existem emissões de partículas, e é para que essas emissões estejam controladas que o FAP é obrigatório.
Claro que se um carro tiver os injectores sujos, e as gotículas de combustível não ficarem tão dispersas, a situação piora. O resultado para quem tem FAP é ter problemas com o filtro mais depressa. O mesmo acontece a quem usa o carro sempre frio, em viagens curtas.
Agora, não se pode é dizer que "retirar o filtro de partículas não faz com que o carro faça mais ou menos fumo". Faz sim,
muito mais fumo. Toda essa quantidade de fumo produzida com o motor frio ou injectores sujos teria sido filtrada pelo FAP.
Não, não faz. Em tudo os radicalismos é um exagero. Podemos não gostar de certas coisas, mas temos de ser sempre racionais e ponderados.
Eu nunca disse que não poluía mais. A questão do fumo é que não é tão linear. Aquilo que muitos de nós vemos nas estradas portuguesas de carros com a traseira preta e que deixam riscos pretos no alcatrão, não é derivado a falta de filtro de partículas e sim de carros com afinações de motores adulteradas ou de avarias em todo o sistema de injecção (bombas injectoras, injectores).
Tens aqui um exemplo a quente e a frio e em qualquer uma das situações não é essa quantidade de fumo que aqui estamos a falar que faz os carros andar com a traseira preta e a deixar riscos no alcatrão.
[youtubes]
https://www.youtube.com/watch?v=qdfJ_rAj87o&t[/youtubes]
migle Escreveu: ↑06 jun 2019, 22:56
E não se pode achar que se a reparação do FAP custa 4000€ (não custa...) e o carro só vale 7000€, que isso legitima a escolha que as pessoas fazem. Quem usa um carro para seu benefício tem de se responsabilizar pelas consequências. E se enfrentasse como alternativa a apreensão do carro, as suas contas também seriam diferentes.
Mais um vez te digo que não são as pessoas que tem de ser penalizadas, mas sim os construtores de automóveis. Criaram uma solução para respeitarem as imposições da UE e assim não pagar multas a UE, mas que em nada resolveu o problema, ou se quisermos arranjaram maneira de ser os proprietários a pagar a factura.
Quando vais ao stand há algum vendedor que te pergunte, então o carro é para fazer cidade ou auto-estrada?
Quando compras o carro pensas que o carro esta apto para um uso intensivo em cidade, ninguém te explica que tens de por o carro de x em x tempo ás 2500rpm durante 10 minutos. Ora se eu só faço cidade, dificilmente vou andar durante 10 minutos com o carro ás 2500rpm. O que eu quero dizer com isto, é que este sistema não é perfeito para todos os cenários de utilização de um carro, logo, é um sistema ineficaz e como tal tem de ser abolido.
Agora põe-te na situação de uma pessoa que comprou um carro e ele ainda na garantia dá problemas e ninguém assume a responsabilidade e tens uma factura de 500€ (para não dizer os 4000€) para pagar de uma coisa que ninguém te explicou e a única coisa que te dizem é que tu é que fizeste uma má utilização do carro. Se o meu trajecto diário não me permite fazer a regeneração, ponho o carro durante 10 minutos ás 2500rpm a porta de casa a queimar combustível e a libertar mais gases. Mas isto faz algum sentido?
Ainda te posso dar mais um exemplo do que a industria automóvel criou para passar a ideia de amigo do ambiente que não faz sentido nenhum. O start/stop. A ideia que passa é que o carro economiza combustível e poluí menos enquanto não esta em movimento. Então e quando o carro tiver que levar um motor de arranque (devido ao esforço adicional que o sistema impõe), ou no caso de alguns modelos que tem uma bateria própria só para esse sistema. Onde é que fica a poupança e a poluição?
migle Escreveu: ↑06 jun 2019, 22:56
E essa é a única saída possível. O que não pode ser é que para benefício económico de alguns (porque beneficiaram de um combustível que paga muito menos ISP para o mesmo conteúdo energético mas agora não podem suportar a manutenção do carro nas condições exigidas por lei) se ande a prejudicar a saúde respiratória de todos, em particular dos mais frágeis.
Da mesma maneira que para o beneficio das marcas de automóveis não se pode por um produto no mercado com algo tão ineficaz que depois quem paga é o consumidor.
Tu vês o problema depois de ele existir, e eu estou a ver o problema quando ele foi criado.
) fazia algum fumo. Quando precisava de uma aceleração mais violenta, numa ultrapassagem por ex, fazia-me alguma impressão olhar pelo retrovisor. Mesmo depois de mudar para o Leaf, nos primeiros tempos, dava por mim à procura do fumo pelo retrovisor... 
