Carregamentos pagos a partir de dia 1 de novembro

Toda a discussão relativa a Pontos de Carregamento também conhecidos por EVSE (Electric Vehicle Supply Equipment) vem para aqui.
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migle
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Re: Carregamentos pagos a partir de dia 1 de novembro

Mensagem por migle » 30 jul 2019, 23:04

mjr Escreveu:
30 jul 2019, 21:26
Hoje o custo da eletricidade no mercado grossista anda pelos 0.05€/kW.h
Em que mercado? Intra-horário? O mercado diário e intra horário costumavam ser menos de metade da electricidade.

Seja como for, os números que se têm de ver são os totais, não são os valores por kWh. Os valores por kWh só servem para os operadores comunicarem nas entrelinhas.

E aí está o problema, os totais são pequenos, a rede é insuficiente. E a razão de ser pequena é a contrária da que pensam os operadores.

Se houvessem 20 vezes mais PCRs em Lisboa e Porto, continuariam a estar permanentemente ocupados! E os totais envolvidos começariam a ser interessantes...
Só não há mais ubers eléctricos porque não há onde os carregar.

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BrunoFonseca
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Re: Carregamentos pagos a partir de dia 1 de novembro

Mensagem por BrunoFonseca » 30 jul 2019, 23:14

mjr Escreveu:
30 jul 2019, 22:58
Tem havido aqui uma série de confusões sobre o mercado de eletricidade que é importante desmistificar.

O custo da eletricidade da não é apenas o valor indicado nesses concursos. Esse é apenas o custo da eletricidade do produtor, falta ainda o transporte e distribuição, que não são propriamente baratos.

Além disso, estamos ainda a pagar as tarifas de feed-in de uma série de eólicas, e, em muito menor parte em valor absoluto, das solares que eram pagas a peso de ouro.

Mais os CMEC.

E outras coisas que a tutela se lembra de colocar dentro da TAR. Tudo isto acresce ao preço da eletricidade.

E, claro, O IVA A 23%, que é o elefante na sala dos custos de um serviço essencial. Estamos perto das eleições, vamos ver o que dizem os partidos.
O que o Ministro do Ambiente tem dito é que as energias renováveis são baratas. Onde estão elas?
E volto a reforçar o que já disse antes, há taxas que são pagas para o Estado, certo? Depois ainda lhe pões o IVA. A isto chama-se dupla tributação, e Portugal já teve problemas com a UE devido a isto, nomeadamente na gasolina/gasóleo...

Adicionalmente, deixa-me referir ainda que, não fosse este "modelo" o bicho papão que é, e podias ter a energia a ser produzida (uma boa %) no local de consumo, reduzindo grande parte dos custos que referes.

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BrunoAlves
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Re: Carregamentos pagos a partir de dia 1 de novembro

Mensagem por BrunoAlves » 30 jul 2019, 23:16

mjr Escreveu:
30 jul 2019, 22:47
@BrunoAlves

Fornecimento em média? Mas que OPC é que compra eletricidade em média? Que eu conheça só a Tesla na sua rede própria é que compra em média, devido às potências envolvidas.

Recordo que quem compra em média tem de ter um PT às suas custas, e estes não são nada baratos...
Tanto quanto julgo saber, o limite de fornecimento em BTE são 45kW. Portanto ou cada PCR tem um fornecimento destes, ou bastaria um de MT para todos. Ou é obrigatório para um PCR com DC+AC. Um PT aéreo de 250kVA, daqueles dos postes, não é particularmente caro (no global do custo de um PCR). As contas da energia (e até o fornecimento!) seriam bem mais simpáticas assim. Se fosse o OPC a gerir os custos de energia, só fazia sentido ter MT, pelo menos com mais de um PCR.
Com certeza que os PCR da maioria das AS usam o fornecimento de energia das mesmas, muito provavelmente (com certeza?) em média...
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Re: Carregamentos pagos a partir de dia 1 de novembro

Mensagem por mjr » 30 jul 2019, 23:43

É perfeitamente possível ter mais de 43kVA sem PT dedicado, comprando em baixa. Conheço vários casos de indústrias em que é assim.

A médio/longo prazo não compensa, mas que é possível é.

E volto a afirmar que não conheço um único PCR que tenha um PT dedicado comprando em média.
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Re: Carregamentos pagos a partir de dia 1 de novembro

Mensagem por BrunoAlves » 31 jul 2019, 00:18

OK, não sabia, o que li apontava sempre para os 45kVA.

Em relação ao PCR ter ou não PT, claro que não tem (podendo não ter). Se o OPC é que o paga e o CEME é que faz dinheiro, porque havia de o fazer?
Mas se pudesse ter um PT para 2 PCR por exemplo (que já começam a aparecer localizações assim) e ter um fornecimento de energia muito mais em conta, não faria sentido? E quem sabe, tarifas mais adequadas ao utilizador (ou não, quem sabe? :mrgreen: )
No caso dos PCR nas AS que já lá têm um PT, será ou não verdade que pagamos a TAR do mercado residencial para um fornecimento em média?
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Re: Carregamentos pagos a partir de dia 1 de novembro

Mensagem por frankesousa » 31 jul 2019, 01:39

Se li corretamente o a proposta de regulamento da ME está contemplado a separação de TAR para postos ligados na média tensão e na baixa.

Agora, se atualmente é o CEME que cobra a TAR não sei como se pode distinguir.
Para funcionar tinha de ser o OPC a cobrar a TAR e assim o posto ligado a média teria um custo de OPC para o UVE mais baixo.
Para o CEME é irrelevante qual o posto e onde liga na rede de distribuição!

Até para mim que vejo vantagem para o UVE neste modelo (1 cartão carrega em todo o lado) começo a duvidar muito do sistema de pagamentos repartidos!
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10/2020 - 101.000km (10 Barras-78.6% SOH) --- 08/2023 - 137.300km (9 Barras-69.74% SOH)
11/2023 - 140.000km (9 Barras-67.86% SOH) --- 02/2024 - 144.757km (8 Barras-65.83% SOH)

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Re: Carregamentos pagos a partir de dia 1 de novembro

Mensagem por mjr » 31 jul 2019, 07:23

Essa da TAR em MT é uma boa questão a colocar à ERSE. Mais uma.

É que segunda a proposta de RME o OPC apenas paga a potência contratada da potência em standby dos equipamentos, líquida da potência usada nos carregamentos. Caso se ligue em MT a TAR a aplicar nesse carregamento deveria ser mais baixa, e o OPC cobrar um preço mais alto pelo facto de ter um PT dedicado, compensando um ao outro.

Nesse caso mais uma complicação no modelo de preços.

Não seria mais simples a TAR estar incorporada no preço do OPC, e o CEME apenas cobrar a eletricidade propriamente dita? Depois em acerto de contas o CEME apenas pagaria ao OPC a tarifa líquida da TAR, pagando a TAR ao sistema elétrico.
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Re: Carregamentos pagos a partir de dia 1 de novembro

Mensagem por frankesousa » 31 jul 2019, 08:23

O CEME não tem de pagar TAR nenhuma, a TAR como o iva é para ser pago pelo utilizador final, por isso seria irrelevante para nós pagar na rubrica do OPC ou do CEME.

O OPC terá de pagar TAR ele mesmo só pelo consumo em excesso do local, mas esse já ele pagará.

É claro que um local de PCR (vários talvez) com um pt do operador ele eria querer cobrar mais, mas é essa mesma a questão, os pt e a distribuição custam caro, daí termos de pagar uma TAR elevada para custear isso á EDP distribuição!

No final isto só fica barato se houver muitos e muitos VE, por isso, toca a crescer 🤪
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Re: Carregamentos pagos a partir de dia 1 de novembro

Mensagem por caz » 31 jul 2019, 09:11

Não percebo porque continuam a fazer confusão de que o único modelo em que um UVE pode carregar em todos os postos com um único cartão/app tem de ser este com EGME/CEME/OPC.

Nas telecomunicações se contratar em Portugal a qualquer um dos operadores (reais ou virtuais), consigo fazer chamadas em todo o mundo. Nas telecomunicações não é obrigatório que os postes são de um operador e as comunicações são doutro. E não existe uma entidade que gere a rede toda.

Um modelo alternativo era a Mobi.E ( ou mesmo a ERSE ou DGEG) criar as condições de interoperabilidade dos vários operadores de forma a que todos eles tivessem condições equivalentes e proporcionassem um serviço único ao UVE. Adicionalmente deveria preocupar-se em em criar um mercado com atratividade de investimento (o que parece que hoje não é o caso, pelo número de postos de carregamento que têm sido instalados).

Já tenho falado que as taxas de ligação à rede e a cobrança do termo fixo de potência são uma aberração deste modelo pois quebram fortemente a atratividade do negócio. O principal risco da ME é a velocidade de adopção, se existirem custos elevados no investimento e componentes fixas a pagar todos os meses independentemente de ter ou não receitas, torna o risco muito elevado e logo afasta investimento.

Um tema paralelo é que a existência destas taxas deveria pressupor que a EDP comercial não podesse ser OPC/CEME, pois para o grupo EDP estas taxas não têm repercussão nos custos agregados do grupo (é só dinheiro que sai do bolso esquerdo EDP Comercial para o bolso direito EDP distribuição). Já para as outras entidades investidoras trata-se duma saída real de dinheiro.

Mas o mais importante era as taxas não existirem de todo. Isso sim, seria um forte impulso à ME.

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Re: Carregamentos pagos a partir de dia 1 de novembro

Mensagem por BrunoAlves » 31 jul 2019, 09:22

frankesousa Escreveu:
31 jul 2019, 08:23
TAR como o iva é para ser pago pelo utilizador final
É aqui que eu discordo totalmente. A TAR é para ser paga pelo titular do CPE. Ao utilizador final é prestado um serviço, para o qual o OPC devia definir um custo de acordo com todos os custos que tem e respectiva margem.
Pelamordedeus dissocie-se o carregamento de veículos eléctricos do fornecimento residencial. Não é a mesma coisa, trate-se de forma diferente! Em lado nenhum há esta aberração...
Se forem conduzir, não bebam. Se forem beber, chamem-me!!! :D

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