Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Toda a discussão relativa a Pontos de Carregamento também conhecidos por EVSE (Electric Vehicle Supply Equipment) vem para aqui.
FullElectric
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por FullElectric » 05 dez 2021, 20:59

mjr Escreveu:
05 dez 2021, 19:57
Não me parece de todo semelhante. Se os postos deles estiverem ligados à rede da ME, que ponto da lei da ME podem os tais lobbies alegar não estar a ser cumprido no caso de continuarem com o atual serviço PLug&Charge?
Isso seria de facto excelente. Estarem ligados à mobi.e porque sim (a lei assim obriga) e poderem operar também na rede própria deles (sem dar comissões à mobi.e e aos cemes), podendo o utilizador escolher a que rede pretende pagar.
Assim estou contigo, seria excelente pois é o que sempre temos defendido sobre o funcionamento da rede, todo qualquer posto poderia estar ligado às redes que quisesse (pronto à pública tb por obrigação) e poder vender carregamentos sem CEME, operando em verdadeira concorrência.

Só que isto tem um problema ou dois... pois, a mobi.e e a erse não iriam permitir...

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mjr
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por mjr » 05 dez 2021, 21:07

BrunoAlves Escreveu:
05 dez 2021, 20:36
Mas e a questão de estarem a vender electricidade não sendo comercializadores?
Por um lado há a questão da ligação à EGME, mas por outro não há também a obrigatoriedade de se ser comercializador para vender electricidade? (isto na ME ou fora dela)
Essa é uma questão à parte da lei da ME... como a energia não é colocada numa instalação mas sim num veículo talvez possa ser contornada como têm feito até agora o Continente e a Powerdot, por exemplo.
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por rimsilva » 06 dez 2021, 13:06

BrunoAlves Escreveu:
03 dez 2021, 21:39
rimsilva Escreveu:
03 dez 2021, 19:23
Desde longa data que anseio por essa intervenção da UE
Não há nenhuma intervenção, aceitemos. A UE tem planos para implementar o "roaming europeu" (saíram notícias nesse sentido há uns tempos) por isso está tudo como peixe na água.
Parece que ninguém na UE sabe o que é Visa, mas é o que é. :doh:
rimsilva Escreveu:
03 dez 2021, 19:23
Também sou da opinião que o mais provavel é a Tesla voltar a colocar os Sucs gratuitos
Já se discutiu no tópico dos SuC: o Sérgio Magno (que é alguém que sabe da poda, todos concordamos) já disse que isso não é solução. E também acho que não, afinal há várias razões entidades prontinhas a facturar com investimento alheio, sob a capa do "cumprir" a legislação.
A minha aposta continua feita.

Para já, aguardemos pelo desenrolar da situação do continente. Eu tenho um carregamento de 12kWh por 30cts (não é por kWh, é preço total), quero ver depois da integração como é que isto é possível.
Não é solução a longo prazo, mas a curto prazo, como forma de ultrapassar os entraves que estão a ser colocados, acho que será perfeitamente aceita.

O Carlos Magno lá terá as suas fontes, mas não será a primeira nem a ultima vez que essas fontes dão a informação erradas (ou não seja pelo menos exactamente como incialmente se pensava), como já aconteceu no passado.

Em relação ao tema que alguém levantou, da legalidade ou não e dos postos em locais publicos, privados, semi-privados ou em vias de serem alguma coisa... Acho incrivel que ainda se olhe para o que está escrito na lei, na procura encontrar uma justificação para a "excepção" deste ou daquele caso, só porque convém a alguém, em vez de perceber que o que está mal é mesmo o principio.

O que está errado na ME em Portugal é o principio de que só os CEMEs podem vender energia e não onde o posto foi instalado.

Com o surgimento dos VEs surgiu uma nova atividade - Serviço de carregamento de VEs - se quem presta essa atividade não pode comprar energia e faturar a mesma, a lei tem de ser forçosamente igual para todos, é um principio elementar da justa concorrência.

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BrunoAlves
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por BrunoAlves » 06 dez 2021, 15:30

rimsilva Escreveu:
06 dez 2021, 13:06
O que está errado na ME em Portugal é o principio de que só os CEMEs podem vender energia e não onde o posto foi instalado.
O que o mjr diz é exactamente o contrário. O que é obrigatório é estarem ligados à EGME, estando em espaço de acesso público. A limitação da venda de energia, a existir, não está relacionada com a legislação da ME.

Eu cá vou ficar a ver o que dá este imbróglio do Continente e Tesla. Até lá :pray:
Se forem conduzir, não bebam. Se forem beber, chamem-me!!! :D

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rimsilva
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por rimsilva » 06 dez 2021, 15:55

BrunoAlves Escreveu:
06 dez 2021, 15:30
rimsilva Escreveu:
06 dez 2021, 13:06
O que está errado na ME em Portugal é o principio de que só os CEMEs podem vender energia e não onde o posto foi instalado.
O que o mjr diz é exactamente o contrário. O que é obrigatório é estarem ligados à EGME, estando em espaço de acesso público. A limitação da venda de energia, a existir, não está relacionada com a legislação da ME.

Eu cá vou ficar a ver o que dá este imbróglio do Continente e Tesla. Até lá :pray:
Inventem o que quiserem, uma atividade económica tem de ter regras iguais para todos, a todos os niveis, legal, fiscal, etc..., caso contrário passamos para o campo da republica das bananas, mas se há coisa que em Portugal se tenta, é que as regras sejam as excepções! :lol:

Pessoalmente gostava que esta suposta "guerra" não desse origem a mais um arranjinho de uma excepção (nada contra a Tesla ou Continente), mas antes a uma mudança na legislação que permitisse que todos fossem beneficiados no futuro, OPC e sobretudo utilizadores de VEs.

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BrunoAlves
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por BrunoAlves » 06 dez 2021, 16:06

rimsilva Escreveu:
06 dez 2021, 15:55
Pessoalmente gostava que esta suposta "guerra" não desse origem a mais um arranjinho de uma excepção
Eu também, a sério. Mas como o que vejo é o estabelecimento inquestionável da MobiE e do modelo, se for esse o desfecho espero por muitos arranjinhos e excepções :doh:
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por Nonnus » 10 dez 2021, 10:15



Eu sei que o nosso modelo permite. Permite haver um investimento deste tipo por exemplo da EDP e depois eu carrego com o cartão da Prio :doh: . O mais engraçado é que este tipo de projecto aparece em países com menos horas de sol que Portugal, em países que quando não esta a chover esta nublado. Enfim... tanto potencial e ninguém o aproveita.
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por Erbium » 10 dez 2021, 14:41

FullElectric Escreveu:
05 dez 2021, 20:59
Isso seria de facto excelente. Estarem ligados à mobi.e porque sim (a lei assim obriga) e poderem operar também na rede própria deles (sem dar comissões à mobi.e e aos cemes), podendo o utilizador escolher a que rede pretende pagar.
Isso era lindo, podia ser que todos os postos passassem a operar assim! Tínhamos várias apps no telemóvel mas pagávamos menos, talvez um dia a merdi.e acabasse por falta de uso! :lol:

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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por JLMF » 10 dez 2021, 17:52

Enquanto no País do melhor modelo do mundo a unica preocupação é satisfazer o monopólio exclusivo das grandes distribuidoras de eletricidade que nem precisam de se preocupar com investimentos em postos, ficam a cargo dos OPC, nem com a gestão da rede "pública", fica a cargo do Estado com a Mobie.e (esperem para ver quanto vai custar gerir no futuro esta engenhoca), noutros Países os postos de carregamento multiplicam-se exponencialmente sem necessidade de entidade gestora Estatal, sem necessidade de CEMEs, só com operadores OPCs e são muitos alguns com centenas e milhares de postos de carregamento a comprar eletricidade a quem querem (e a auto produzir) e a vender e faturar carregamentos a todos.

Nova lei em França que obriga todos os postos púbicos a estarem disponíveis para todos, a disponibilizarem pagamento imediato no ato de carregamento com cartão bancário de debito ou credito e QR Code e aplicação móvel.
Obriga ainda a todos os operadores de postos a abrirem e darem acesso aos operadores de mobilidade como a Chargemap, Plugsurfing, FreshMile, NewMotion etc. e tudo isto em coexistência com algumas redes privadas de alguns supermercados, de algumas cadeias de hotéis, de algumas marcas de automóveis e ... da Tesla, etc.



"Veículo elétrico e interoperabilidade: em breve penalidades para as operadoras
Michael Torregrossa
9 de dezembro de 2021 13:00

Centrado na interoperabilidade, o Decreto 2021-1561 foi publicado este sábado, 4 de dezembro, no Diário da República. Prevê penalidades para os operadores que não respeitarem as regras.

Em claro progresso há vários anos com a multiplicação dos operadores de mobilidade e a interconexão de pontos de carregamento, a interoperabilidade acaba de dar um novo passo. O governo publicou neste sábado, dia 4 de dezembro, no Diário da República, um novo decreto que visa facilitar o acesso à cobrança pública aos proprietários de carros elétricos.

O que é interoperabilidade?

O Decreto 2021-1561 define interoperabilidade como "a capacidade de um componente ou conjunto de componentes de um sistema usado para recarregamento de um veículo operar com outros componentes ou sistemas da mesma finalidade sem restrição. Implementação ou acesso ao recarregamento, respeitando interfaces padronizadas abertas em termos mecânicos ou algorítmicos ”.

Em poucas palavras e compreensível para as pessoas comuns, a interoperabilidade em um terminal é garantir a cobrança por todos os meios possíveis. Uma forma de facilitar o acesso aos terminais públicos para os utilizadores, mas também para os operadores de mobilidade (Chargemap, Plugsurfing, FreshMile, NewMotion etc ...). Desde um decreto publicado em 2017, este último deve ter acesso "não discriminatório" a qualquer infraestrutura pública de tarifação supervisionada, logo que o solicite ao operador em causa. É o famoso “roaming” que permite ao utilizador aceder aos pontos de carregamento de todas as operadoras sem ter que se registar individualmente para cada um dos serviços. A isto acrescenta-se a obrigação de “pagamento pelo ato imediato”, por meio de cartão bancário de debito ou credito, QR Code ou aplicação móvel.


Até € 300 por ponto de carregamento não compatível
Ao mesmo tempo que serve para relembrar o quadro regulamentar em torno da interoperabilidade, o decreto também e sobretudo prevê uma lista de multas administrativas em caso de incumprimento de obrigações.
Ausência de pagamento no acto (QR Code ou Cartão Bancário), roaming não assegurado, falha de comunicação de dados ... o regulamento prevê uma multa de € 300 por posto de cargamento não conforme. À primeira vista irrisória, a sanção pode rapidamente tornar-se muito pesada para operadores que operam centenas de pontos de carregamento não conformes.

Estas disposições referem-se apenas aos terminais cuja instalação seja posterior a 14 de janeiro de 2017. A entrada em vigor do texto está prevista para 1º de julho de 2022, data de início das primeiras verificações. Note que as sanções administrativas só podem ser impostas após uma fase inicial de diálogo e na falta de cumprimento "no prazo máximo de seis meses". As multas podem ser aplicadas "anualmente até a conformidade"."


https://www.automobile-propre.com/voitu ... perateurs/

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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por alexmol » 17 dez 2021, 09:36

FullElectric Escreveu:
05 dez 2021, 20:59
mjr Escreveu:
05 dez 2021, 19:57
Não me parece de todo semelhante. Se os postos deles estiverem ligados à rede da ME, que ponto da lei da ME podem os tais lobbies alegar não estar a ser cumprido no caso de continuarem com o atual serviço PLug&Charge?
Isso seria de facto excelente. Estarem ligados à mobi.e porque sim (a lei assim obriga) e poderem operar também na rede própria deles (sem dar comissões à mobi.e e aos cemes), podendo o utilizador escolher a que rede pretende pagar.
Qual seria o impedimento legal, por exemplo, da KLC duplicar os preços OPC nos PCRs do Lidl através da Mobi.E mas lançar um serviço de carregamento em rede privada integrado na App do Lidl com preços a concorrer com o Continente?

Eu se fosse OPC e pudesse fazer isto fazia. Sugava os clientes ocasionais na Mobi.E mas fidelizava os regulares na rede própria tentando ganhar cota de mercado.

Tendo uma rede própria paralela também me parece mais fácil fazer acordos de roaming com os plugsurfings e criar modelos de pagamento com subscrições e descontos de quantidade.

A ERSE depois também vinha dizer que a lei não pode ser interpretada à letra e que o espírito não é esse?
Se os OPCs grandes (os que têm condições para criar uma rede própria) quiserem quase todos aproveitar este buraco vão fazer lobbie mas é para não alterar a lei e para acabar com a Mobi.E.
Ninguém é OPC por caridade, isto é um negócio, se tendo uma rede própria paralela for legal e der mais 1 cêntimo de lucro no final do ano vai haver quem o queira fazer.
Alexandre Moleiro

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