Carregamentos pagos a partir de dia 1 de novembro

Toda a discussão relativa a Pontos de Carregamento também conhecidos por EVSE (Electric Vehicle Supply Equipment) vem para aqui.
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mjr
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Re: Carregamentos pagos a partir de dia 1 de novembro

Mensagem por mjr » 09 out 2018, 12:22

Apesar de ser estranho em comparação com os veículos a combustão, no caso da eletricidade existe de facto esta diferença nos custos ao longo do dia, pelo que terá de haver esta diferenciação nos preços. O CEME pode considerar um custo fixo para a energia, mas nas taxas de acesso às redes haverá sempre essa diferenciação. Ainda não tenho a certeza se terá que ser tri-horário ou se o bi-horário é possibilidade.
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caz
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Re: Carregamentos pagos a partir de dia 1 de novembro

Mensagem por caz » 09 out 2018, 14:59

Não percebo este modelo. O OPC contrata um CEME para colocar energia no Carregador. Depois um cliente de outro CEME usa esse carregador e paga ao seu CEME. Esse CEME tem de ficar com o seu lucro e pagar ao OPC que também fica com a sua remuneração e tem de pagar ao CEME que fornece energia.

É isto que está previsto?

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Re: Carregamentos pagos a partir de dia 1 de novembro

Mensagem por jfr2006 » 09 out 2018, 18:16

Esta da taxa de activação faz-me lembrar quando a PT se lembrou de cobrar uma taxa de activação nas chamadas. Quando se usava aqueles cartões com impulsos e já só tinha 1, não se podiam usar mais, pois ao princípio eram logo cobrados 2 impulsos :twisted: :twisted:
Última edição por jfr2006 em 09 out 2018, 23:10, editado 1 vez no total.

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migle
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Re: Carregamentos pagos a partir de dia 1 de novembro

Mensagem por migle » 09 out 2018, 20:41

Quanto mais penso na solução que saiu, pior me parece. Nós vamos estabelecer contratos com comercializadores de energia, e isso vai dar-lhes um papel central.

Esta legislação está a favorecer o CEME que tem um papel quase nulo nisto. Depois, o que é que distingue a electricidade para a ME da restante? Porque é que vamos pagar um preço diferente da electricidade doméstica? Porque é que nem todos os comercializadores de energia são CEME? Porque é que vamos ter de pagar electricidade a preço de retalho, quando o OPC obteria melhores preços?
  • A legislação deveria dar o papel de destaque ao OPC. O CEME tem zero investimentos a fazer. Só tem de se sentar, distribuir cartões e passar facturas. São os OPC que fazem a rede, que põem os postos, têm de assegurar a sua qualidade, etc.
  • Vamos ter um cartão ou da EDP, ou da Prio, ou da Galp. Essa vai ser a escolha que poderemos fazer. O posto, durante bons anos, será o que houver na caminho que precisamos de tomar. E o que é que nos adianta a escolha do CEME? Por que razões optaremos por um e não por outro? Electricidade verde versus carvão? Tarifário junto com a factura da casa? Parece-me pouco.
  • Por que razão opto por um operador de telemóvel ou outro? Além do preço, eu posso preferir um operador por ter melhor qualidade num ou outro aspecto, melhor cobertura nas regiões que mais me interessam.
  • Como não há opção por operador de rede, a nossa opção nunca terá efeito na qualidade da rede. Porque razão há de um OPC colocar um PCR numa zona menos movimentada, no interior? Só se for estúpido! Ou se houver subsídio... Se um posto menos movimentado ficar fora de serviço, ou se funcionar mal, que importância tem? Um OPC não tem compromisso com os clientes, só lhe interessam os postos em sítios bons. O OPC nunca será premiado pelos clientes pelos níveis de qualidade que mantiver. A única coisa que pode fazer é cobrar mais nos postos menos movimentados.
  • O CEME tem a escolha do cliente, mas tem zero influência na qualidade. Não é responsável pelo posto, nem pela distribuição de electricidade.
  • Esta legislação torna impossível a entrada de outras redes. Não me parece impossível que se uma rede pan-europeia como a Ionity, em Portugal, aceitasse cartões da Mobi.e... Já me parece difícil de acomodarem no seu modelo de negócio (ainda mal definido) que poderiam estar a vender electricidade da EDP ou da Galp. Exclui também que um posto poderia parcialmente fornecer electricidade produzida localmente.
Vendo quem são os CEME (EDP, Prio, Galp) e quem são os OPC (Mobielectric, KLC, EV Power....) dá para perceber o porquê. O governo limitou-se a fazer um ditado. E a fase piloto não serviu para nada, nada mudou, ninguém viu outra perspectiva.

Ainda há quem diga que a Mobi.e é o pior obstáculo à ME... Não é, não concordo.... O problema é não se deixarem surgir operadores de rede, e deixar que sejam remunerados pela sua reputação e qualidade...
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BrunoFonseca
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Re: Carregamentos pagos a partir de dia 1 de novembro

Mensagem por BrunoFonseca » 09 out 2018, 21:38

O meu comentário poderá parecer algo polémico para vocês, e daí começar já por pedir desculpas:

1 - Acho que nós, utilizadores, somos os 1ºs culpados, porque exercemos pressão para o fim da fase piloto. Já sei o que vão dizer: "Ah Bruno e tal... não havia investimento na rede, os PCR estavam a ser desligados devido aos abusos, os PCN não eram reparados..." Sim, verdade mas estamos em Portugal, e isso meus caros não será alterado como o inicio da cobrança. Mais: com a nossa pressão o mercado viu que havia ali uma mina "estes gajos pagam o que for necessário para terem uma rede em condições"

2 - UVE não está a defender os interesses dos utilizadores: Se ainda não me tornei sócio da UVE é porque não acredito no seu "Presidente". Há ali qualquer coisa de falta de transparência e imparcialidade que me deixa de pé atrás. Uma das medidas que a UVE deveria ter levado a cabo era ser ela própria um OPC. Desta forma poderia utilizar fundos dos seus sócios para expandir a rede, criar descontos especiais para os seus sócios e limitar por baixo os custos para os utilizadores, aí a restante concorrência teria que ir atrás, e não como irá acontecer em que os preços iniciais irão ser elevados.

3 - Governo, EDPs da vida, Empresas privadas e afins: O Governo não quer saber... a EDP e a GALP vão actuar como já nos habituaram, isto é, engordar como sabem as nossas custas, e as restantes empresas privadas estão em busca do el-dourado. Quem se vai lixar? O utilizador do VE.

Independentemente do que venha aí continuo a considerar que mudar de Gasolina para Electrico a melhor opção. Não me arrependo. A gasolina vai continuar a subir juntamente com a escalada de preços do petróleo. O preço do kWh também irá aumentar em Janeiro, como tem acontecido todos os anos.

Resta-nos como consumidores não consumir se o preço for elevado, mas aqui é necessário um compromisso de todos nós.

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Re: Carregamentos pagos a partir de dia 1 de novembro

Mensagem por migle » 09 out 2018, 21:52

Bruno, partilho das tuas preocupações, claro. Mas para mim, a fase piloto não era para estender mesmo. Se nestes anos não pensaram melhor o assunto, não é com outro ano que iam pensar. Eu comprei o meu VE na sequência de ter ouvido de passagem acerca da existência de um PCR em Aljustrel. Ao longo do ano que tive o carro, quase não abriram novos PCR, e dois dos que abriram fecharam após um mês (Lagos).

Pelo contrário, o que podemos perceber é que o adiamento do início da fase comercial, em 2017, depois Julho de 2017 e o novo adiamento em Julho de 2018 foram inúteis, porque nada mudou.
BrunoFonseca Escreveu:
09 out 2018, 21:38
Uma das medidas que a UVE deveria ter levado a cabo era ser ela própria um OPC.
Isso não é realista. Com que capital? Empréstimos bancários? Com que garantias? A 20k€ o PCR, mais necessidade de manutenção, mais quê, 500€/mês de encargos de potência... como é que uma associação se pode meter nisso? Mais facilmente um de nós se metia, como particular...
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Re: Carregamentos pagos a partir de dia 1 de novembro

Mensagem por BrunoFonseca » 09 out 2018, 23:18

migle Escreveu:
09 out 2018, 21:52

Isso não é realista. Com que capital? Empréstimos bancários? Com que garantias? A 20k€ o PCR, mais necessidade de manutenção, mais quê, 500€/mês de encargos de potência... como é que uma associação se pode meter nisso? Mais facilmente um de nós se metia, como particular...
Discordo. Acho que uma associação teria maiores facilidades de obter incentivos do estado ou mesmo parcerias que ajudassem a financiar o investimento. Com tanta publicidade que a UVE faz às marcas de carros, facilmente consrguiria transformar isso em proveito. Basta ter algum espírito empreendedor e sair um bocado da caixa. Visibilidade já eles têm e isso é o mais difícil de conseguir.

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Re: Carregamentos pagos a partir de dia 1 de novembro

Mensagem por BrunoFonseca » 10 out 2018, 00:20

No meio disto tudo há algo que me preocupa mais do que os possíveis custos dos kWh nos PCR, que é o facto dos novos PCR não terem tomadas Mennekes.

Sendo o Zoe talvez o 2º modelo de VE que mais circula em Portugal, e que apenas carrega com Mennekes, como é que se pode garantir a viabilidade de viagens longas para os proprietários destes veículos?
1) Os Q90 serão os mais prejudicados pois pagaram mais por ter um carro a carregar a 40kWh e não haverão novos postos para eles. Os PCR apenas terão CCS e/ou CHAdeMO e os PCN com Mennekes estão limitados a 22kWh
2) Não se iniciando para já a fase de comercialização para os PCN significa que não haverá investimento nestes postos, logo fica como está ou pior (vai ser ver os Uber a fazerem longas filas nos PCN de 22kWh

Acho que não seria de todo descabido colocarem um PCN de 22kWh ao lado dos PCR.

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Re: Carregamentos pagos a partir de dia 1 de novembro

Mensagem por migle » 10 out 2018, 01:02

Na Noruega, as estradas foram concessionadas a operadores de rede. Cada operador de rede que obteve uma concessão foi obrigado a colocar um PCR duplo a cada 40km mais um PCN duplo. O PCN ao lado do PCR é uma necessidade óbvia. Para acabar de encher, para esperar enquanto os PCRs estão ocupados (na Noruega pode ser esperar debaixo de neve, com aquecimento ligado).

Agora, lá porque puseram uns carregadores sem tomada AC não é caso para pensar que vai ser assim com todos. Pelo que estamos a ver, vai depender do OPC. E são uns quantos...
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Re: Carregamentos pagos a partir de dia 1 de novembro

Mensagem por Nonnus » 10 out 2018, 03:20

Apr Escreveu:
09 out 2018, 20:36
É preciso ter calma, vejo muita gente stressada com isto não entendo porquê. O que quer que se se faça hoje não quer dizer que não seja alterado amanhã se não resultar. O que importa é acabar com uma fase piloto que era suposto durar alguns meses e já vai em 7 anos...

A unica coisa que me deixa um pouco apreensivo é que vão faturar sobre rede muitissimo insuficiente pois serão precisos mais PCR disponiveis por local para fazermos viagens com alguma garantia que não vamos ter que esperar pela nossa ver de carregar. Mas as coisas têm que avançar talvez seja essa a fase a seguir ao inicio do pagamento.
Tomei a liberdade de "puxar" este comentário para este tópico porque acho que não faz sentido estarmos a discutir este assunto no tópico da UVE. Espero que não te importes Apr. 8-)

Ainda não me prenunciei acerca deste assunto pelo motivo que o Apr menciona "É preciso ter calma, vejo muita gente stressada com isto não entendo porquê". Esta tudo a sofrer por antecipação!

Mas alguém sabe ao certo como vai ser? Fala-se em 10x mais, que vai ser mais caro que os combustíveis fosseis, as facturas vai ser uma complicação, vou vender o meu carro etc e tal, quando ao certo ninguém sabe.

Eu sinceramente ainda nem sequer percebi bem como vai funcionar certas coisas, mas isso talvez seja problema meu de ter o raciocínio lento. :doh:

Por exemplo, temos de escolher um CEME e o cartão da mobi.e vai deixar de funcionar. Mas quando, e como é que nos vão apresentar as várias condições de cada CEME para vermos qual o que se adapta a nós?

Se até dia 1 não tivermos esse assunto resolvido ficamos a pé?

Por exemplo quem já tem um cartão de um CEME precisa de fazer outro, ou o antigo é actualizado com um NIB e serve a mesma?

Ainda há tanta coisa por esclarecer! Não tenho visto no facebook nada acerca deste assunto porque é coisa que não tenho, mas tenho visto em outros sites e fóruns que abordam este assunto tanto disparate acerca de uma coisa que ninguém sabe ao certo como vai ser.

O migle menciona num comentário que a factura vai ser uma confusão e quando alguém lhe perguntar quanto custa carregar o carro vai ser difícil de responder. migle, quando vais ao restaurante e te apresentam um factura detalhada se te perguntarem quando pagas para comer naquele restaurante não consegues responder? Ou se te perguntarem em média quanto pagas de electricidade, não consegues responder?

Vai ser a mesma coisa, uma factura detalhada com um valor final, ponto.

Ainda em relação aos preços isto como tudo vai ser o mercado da oferta e da procura. Preços altos vai afastar possíveis clientes, lembrem-se que ao contrário dos combustíveis fosseis os veículos eléctricos não estão 100% dependentes dos PCR´s.

- Mas o PCR´s dão imenso jeito para fazer viagens. Dão sim senhor, não conseguimos correr o país de norte a sul num tempo razoável sem eles. Mas se o preço for muito elevado e se eu tiver uma viagem até a destino de 50km em vez de carregar até aos 80% carrego só até aos 50% e resto carrego no destino. Por outro lado se os preços forem apelativos já carrego até aos 80%. Isto vai ter que se ajustar, e só o tempo o dirá.

Acerca da acção da UVE sobre este assunto (já li pelo menos dois comentários acerca deste assunto) quem foi ao ENVE e assistiu algumas conferências deu para perceber que a UVE não esta nisto da mesma maneira que Antral ou a Fenprof esta para defender os interesses dos seus "associados". Muitos se calhar gostavam que a UVE tivesse a mesma posição (manifestações agressivas), mas a UVE além de não ter a mesma representação a nível de sócios, isto ainda esta tudo muito verde e a estratégia da UVE passa (penso eu, é a sensação que tenho, nunca ninguém me disse, nem sou ninguém para falar em nome da UVE) por se dar bem com todos. Somos todos amigos, temos conversas amistosas, é a conversar é que nós nos entendemos. Representar 1000 (numero a sorte) associados não é a mesma coisa que representar 10000. :idea:

Muitos ao lerem estas palavras podem pensar que sou um conformista, e é por isso que não vamos a lado nenhum. Não, não sou conformista. Não sofro é por antecipação e dou sempre o beneficio da dúvida, há tanta coisa por esclarecer e isto envolve tanta gente e tantos interesses que é redundante estarmos a tirar conclusões nesta altura. Vamos sempre dar ao mesmo, ninguém sabe como vai ser até dia 15, e mesmo depois certamente que vai haver muitas alterações e ajustes, porque afinal isto é tudo novo para todos (governo, OPC, CEME, utlizadores etc e tal). Alguns vão dizer, pois, mas já andamos nisto a 7 anos portanto não há desculpa. Pois, mas envolve tanta gente e tanto interesse que é o que se vê.

Só uma nota final em relação a UVE. Isto é uma pescadinha de rabo na boca. Não me faço sócio porque a UVE não representa os meus interesses, mas sem um nº elevado de sócios a UVE não tem poder para reivindicar os interesses dos sócios. Pensem nisto, a união faz a força.
Última edição por Nonnus em 10 out 2018, 12:11, editado 2 vezes no total.
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