Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

[migle]

No exemplo apresentado, o OPC não cobra custo, logo qualquer utilizador não o pagaria, ao ser totalmente grátis para um cliente da BMW é porque o CEME Charge Now oferece a energia, como aconteceu no inicio dos pagamentos dos PRCs, onde a EDP e Galp ofereciam os 1500 kWh de energia.

Claríssimo. OPC gratuito para todos, não há favorecimento.

Sendo GALP ou EDP, será a mesma coisa, uma vez que CEME e OPC são 2 entidades jurídicas distintas.

Esse argumento não costuma ter muito peso em questões de concorrência...

[rimsilva]

Sendo GALP ou EDP, será a mesma coisa, uma vez que CEME e OPC são 2 entidades jurídicas distintas.

Esse argumento não costuma ter muito peso em questões de concorrência...

Sem duvida que o poder económico de um grupo permite "contornar" muita coisa, mas aí não há volta a dar, os mais pequenos terão de encontrar algo diferenciador para que os clientes estejam dispostos a pagar um pouco mais.

Por isso é que (pelo menos a KLC) já percebeu que precisava de ter presença também como CEME, tendo surgido a charge2Go. No entanto, não tarda nada e os grandes players vão apresentar os descontos em talões e talõeszinhos....

[alexmol]

Há um argumento que vejo algumas vezes repetido quando se critica o sistema Mobi.E: "que nada impede isto e aquilo".

Mas a realidade é que as coisas não existem!

Nada impede que haja Roaming, mas não há.
Nada impede que haja activação de postos pelas Apps, mas não há.
Nada impede que haja pagamentos na hora, mas não há.
Nada impede que haja pagamento por minuto após fim do carregamento, mas não há.
Nada impede que os postos sem conectividade deixem carregar cartões não conhecidos, mas não há.

Porquê ?

Enquanto utilizador/cliente final o que é que eu posso fazer além de escrever aqui?

[BrunoAlves]

Eu acrescento: nada impede que deixemos de ser nabos, no entanto insistimos em ser.
Temos uma MobiE e isso impede tudo.

Enquanto utilizador/cliente final o que é que eu posso fazer além de escrever aqui?

Diria que nada. Para mim é uma guerra perdida e só nos resta resignar e olha, escrever aqui.

Edit:
E julgo que é preciso pensar ainda que, mais cedo ou mais tarde, teremos de somar ao custo de carregamento uma parcela para pagar à MobiE.

[mjr]

Como já disse noutro tópico, há CEMEs / MSPs que com um único cartão permitem carregar em Portugal e no resto da Europa. Há a DCS para o grupo BMW que já o faz há mais de um ano, talvez haja outros que o façam, como a WeCharge do grupo VW. Quando chegar o ID3 do meu irmão veremos.

Em Portugal este processo é realizado através dos CEMEs, a EGME apenas recebe os dados dos cartões (sim, milhões de cartões) dos CEMEs/MSPs. Se não há uma oferta generalista não associada às marcas é apenas porque os CEMEs não o quiseram ou mais provavelmente não conseguiram ainda as condições favoráveis para isso com MSPs estrangeiros. Para os detratores certamente será um problema do modelo que provoca que um MSP estrangeiro consiga fazer isso, utilizando o modelo, mas os nacionais não. Talvez consigam encontrar algo no modelo que explique isso.

Quanto ao resto do "nada impede", sabemos bem quem impede. Na maior parte deles quem impede é a Mobie, por não ter os sistemas atualizados e funcionais.

Deixo o exemplo do Continente, nada impede que eles cobrem o tempo que o carro não está a carregar, afinal até estamos a pagar estacionamento. Mas optaram por não o fazer. Não seremos nós certamente a impor as decisões comerciais dos OPCs.

[rafaelferreirapt]

Parece que já há uma direção ao ‘roaming’ obrigatório e a não haver redes fechadas: https://www.ense-epe.pt/news/mobilidade-eletrica/

[alexmol]

[rafaelferreirapt]

11 anos e ainda há marcas automóveis sem veículos elétricos para compra

[alexmol]

Prós e Contras
do Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal
Na perspectiva da realidade que um utilizador comum sente agora e não do que hipoteticamente poderá vir a ser no futuro

Prós

• Cartão único para todos os postos

Nota: Embora seja verdade muitos utilizadores acabam por ter vários cartões.
1.Pelo motivo do preço mais barato poder ser obtido por diferentes cartões conforme o posto
2.Pelas falhas frequentes de comunicação de alguns postos que nessa situação apenas deixam carregar com alguns cartões

• Possibilidade de escolher o fornecedor de energia de forma independente do operador do posto

• Facilidade de pequenas empresas se tornarem operadores de postos

Contras

• A elaboração de contrato com um comercializador de energia é um processo burocrático, demorado, com documentos em papel enviados por correio e obriga à activação de débito directo no banco

Nota:A excepção é a MIIO

• O pagamento não é feito na hora e o utilizador só sabe o custo real no final do mês quando recebe a factura

• As facturas da maioria dos comercializadores de energia são incompreensíveis para o utilizador normal

• Impossibilidade de saber de antemão quanto se vai pagar pelo carregamento

Nota: O utilizador normal não consegue calcular o valor do custo do carregamento.
1. É necessária uma folha de cálculo para obter todas as parcelas
2. O valor da TAR a aplicar em cada posto não é divulgado publicamente

• Não existem tarifários com preço fixo por unidade de energia ou de tempo

• Não existe a possibilidade de obter descontos para os utilizadores mais frequentes

• Não existe a possibilidade de pagar uma mensalidade e obter tarifas mais baixas

• Não é possível activar o carregamento nos postos através de uma App, página web ou SMS

• A informação que está no site da entidade gestora (Mobi.E) encontra-se desactualizada

• Os cartões portugueses não funcionam no estrangeiro

• Os cartões estrangeiros não funcionam em Portugal

• Não é incentivada a produção local ou descentralizada de energia (renovável)

• A complexidade do modelo não fomenta o investimento de redes estrangeiras

[BrunoAlves]

É isso. Com a agravante de depender a 100% de uma entidade que não responde a ninguém, nem deve nada a ninguém.

Gostaria que todos fizéssemos o exercício de imaginar a utilização da nossa rede de carregamento sem haver uma Miio. Mesmo antes de a Miio ser CEME, o que já seria de nós sem a Miio.