É pena as coisas serem postas na perspectiva de que o Hyundai dificilmente tem atributos para enfrentar o Nissan Leaf. Logo o Pedro Lima, que demonstrou bem que a diferença de autonomia entre o Ioniq e o Zoe de 41kWh é muito pouca.
O Leaf de 2018 tem mais 40% de capacidade de bateria do Ioniq mas consegue apenas mais 20% no ciclo combinado da EPA (240km vs 200km). Os outros 20% perderam-se para a resistência do ar. O mesmo se vai verificar com a potência (mais 20%) e a aceleração (ainda por divulgar). O Leaf consegue estes 20% no ciclo combinado: não sabemos quanto consegue no ciclo de estrada.
Pouco importa a autonomia no ciclo combinado porque eu para andar 240km a médias de 40km/h significa 6 horas a guiar! O que importa é a autonomia às velocidades a que se podem percorrer grandes distâncias sem demasiado cansaço. Mesmo o ciclo de estrada da EPA, tem uma velocidade média de 77km/h e máxima de 97km/h. É realista, mas para viagens breves, passeios, etc.
Quanto maior a velocidade, maior peso ganha a aerodinâmica, e assim a autonomia do Ioniq há de se aproximar bastante da do Leaf de 2018 a velocidades de estrada e auto-estrada. Eu diria mesmo que vai ser bastante semelhante.
Podemos dizer que em condições iguais, uma pessoa há de preferir o conceituado Nissan Leaf, claro. Tem também outros atributos, como o controlo pelo telemóvel, vai ser mais moderno nas ajudas à condução, etc.
Mas o Ioniq, continua a ter atributos muito interessantes, não só no equipamento, mas:
- Maior velocidade de carregamento, quer pela potência (100kW), quer porque sendo mais económico, carrega mais kms em menos tempo. Se o Leaf tiver mais autonomia em AE e o Ioniq tiver de reduzir a velocidade para conseguir o mesmo, então o Ioniq vai ultrapassá-lo com o menor tempo de carregamento.
- Menor aquecimento no carregamento para menos kms. Se o Leaf tem uma química de bateria mais resistente ao calor, o Ioniq vai aquecer menos a bateria, sendo mais económico precisa de carregar menos kWh e de menos tempo.
- Podemos ter uma expectativa legítima da bateria, se ocorrer um azar, ser mais barata que a do Leaf.
A beleza também está na ligeireza e em não atingir os objectivos através da força bruta (capacidade da bateria).
Não sei porque o Ioniq para se vender teria de custar 25000€ contra 30000€ do Leaf 2018 (preços hipotéticos). Vá que o factor marca, notoriedade, é importante, dá confiança. Agora uma diferença tão grande, não!
Vou-me meter com ele nos comentários.