Clubeletricos.com

Nonnus Escreveu: ↑

12 jun 2019, 13:00

(...) Recentemente tivemos um caso de um modelo de avião (Boeing 737 Max) ter uma tecnologia que a primeira vez que deu problemas não se passou nada, a segunda todos os aviões tiveram que ficar sem voar. (...)

É um exemplo um bocado diferente, o caso da Boeing é o que acontece quando se é "obrigado" a reciclar um design que já devia ter sido reformado há 1 ou 2 décadas. (na verdade foram dois aviões despenhados sem sobreviventes, e varios incidentes reportados entre ambos os casos até ficarem sem voar, mas não é muito relevante para aqui)
Mas concordo com a tua ideia, é o motivo pelo qual por exemplo os comboios ainda têm um maquinista no lugar do condutor, demasiadas pessoas a bordo para simplesmente entregar a um computador.

Podia ser uma alternativa até termos carros com perto de 500km de autonomia que recarregam em cerca de meia hora. Como já temos, não vale a pena, talvez para transportes de longo curso tipo navios, comboios (percursos que ainda usam locomotivas a diesel) ou aviação, para carros acho que não faz qualquer sentido.
Mesmo que consigamos produzir e/ou transportar e armazenar hidrogenio de forma eficiente duvido que seja matematicamente possivel ser mais eficiente que simplesmente usar a energia electrica e vai ter sempre a desvantagem de ser muito mais volatil do que os outros combustiveis atuais (sejam combustão ou electricos).

BrunoFonseca Escreveu: ↑

12 jun 2019, 11:48

Não acho que o hidrogenio faça parte do problema, mas sim de uma das varias soluções possíveis para a descarbinizacao.
O desafio será produzir o hidrogenio de uma forma mais limpa, tal como desejo que as baterias dos BEV passem a ser concebidas com menor impacto ambiental.

Não me parece que um incidente, do qual se desconhece a origem, possa acabar com uma tecnologia, tal como um Tesla que pegue fogo não acaba com a marca ou com is VE e tal como um ICE que pegue fogo (muito comum) também não mata a industria automovel.

O desafio é mais conseguir produzir de forma mais eficiente o hidrogénio... É que até agora tem sido terrível nesse ponto... Isso e é extremamente difícil de conter(armazenar) e volátil.

Penso que o que se passou foi um bom lembrete da porcaria que é o hidrogénio (3 acidentes em pouco tempo).
É que passamos não só a ter estações de abastecimento muito mais perigosas que as bombas a gasolina como passamos a andar com pequenas bombinhas relógio, muito mais perigosas que os carros a combustão (neste aspeto)...
Não se iludam com as "fuel cell", não passam de depósitos pressurizados, já postei aqui problemas com depósitos pressurizados...
E camiões de transporte de hidrogénio? Imaginam um brinquedo destes a explodir?
A única "vantagem" do hidrogénio é precisarmos de manter uma pesadíssima estrutura logística.

Sempre me preocupou o uso de água potável para a produção de hidrogénio.
Entretanto descobri que afinal água potável não é interessante para a produção de hidrogénio (ainda bem!)
O que é interessante é água mais (aqui é que a porca torce o rabo) um químico qualquer.
O nosso planeta é rico em água mais outro componente químico, chama-se água salgada!
Então mas se é água mais um químico, o que resultará electrolise dessa água?

O que resulta da electrolise de água salgada é:

• hidrogénio (H2)
• sal (NaCl)
• soda caustica (NaOH)
• gás cloro (Cl2)

Então não era só "partir" as moléculas de água e obtínhamos um combustível "limpo"?
Pois... "afinal havia outra"
O hidrogénio "limpo" é um embuste!

Acerca do gás cloro:

• O bom:https://www.chemicalsafetyfacts.org/chlorine/
• O mau:https://hidrogeron.com/2016/10/25/por-q ... cloro-gas/
• O mau:https://www.newsweek.com/syrias-use-chl ... ory-496568

Acerca da soda caustica: https://www.chemicalsafetyfacts.org/sodium-hydroxide/

Por acaso aproveita-se tudo.
O cloro pode ser aproveitado para meterem na água da rede.
A soda caustica também se vende nas lojas de bricolage aos sacos para limpezas difíceis e desentupimento de canos.

Com a soda cáustica e o cloro ao mesmo tempo pode-se fazer lixívia (Hipoclorito de Sódio)

O hipoclorito de sódio pode ser preparado pela absorção do gás cloro em solução de hidróxido de sódio mantida em resfriamento (abaixo dos 40ºC)

in wikipédia

O real problema é o que foi referido atrás: é preciso consumir muito mais eletricidade para fazer mover um veículo a hidrogénio que o veiculo elétrico a bateria.

RJSC Escreveu: ↑

26 fev 2020, 16:03

Por acaso aproveita-se tudo.
O cloro pode ser aproveitado para meterem na água da rede.
A soda caustica também se vende nas lojas de bricolage aos sacos para limpezas difíceis e desentupimento de canos.

Com a soda cáustica e o cloro ao mesmo tempo pode-se fazer lixívia (Hipoclorito de Sódio)

O hipoclorito de sódio pode ser preparado pela absorção do gás cloro em solução de hidróxido de sódio mantida em resfriamento (abaixo dos 40ºC)

in wikipédia

O real problema é o que foi referido atrás: é preciso consumir muito mais eletricidade para fazer mover um veículo a hidrogénio que o veiculo elétrico a bateria.

Aproveitar-se-á até uma certa quantidade.
Depois o que se fará ao excesso de produção?
Um dos links que partilhei refere precisamente que as empresas de tratamento de águas estão a deixar de usar o cloro devido à sua perigosidade.

RJSC Escreveu: ↑

26 fev 2020, 16:03

O real problema é o que foi referido atrás: é preciso consumir muito mais eletricidade para fazer mover um veículo a hidrogénio que o veiculo elétrico a bateria.

Eu diria antes, o principal problema é usar eletricidade para converter para hidrogénio e voltar a converter para eletricidade, para que serve isso?
Exemplo da grande obra que querem projetar para Sines, vão criar um parque solar com 1gW de potência instalada, isto com as conversões eletricidade/hidrogénio/eletricidade dará para uns 300mW de eletricidade, como temos uma parcela superior a 1gW de energia de fontes fosseis no mix nacional de produção de eletricidade, porque carga de água querem este projecto? Porque não injetam logo na rede?

O problema do solar é a intermitência... Em vez do desperdício brutal de recursos nessa nova obra, eu preferia mesmo uma central nuclear. Isso é que sim.

civic Escreveu: ↑

29 fev 2020, 12:13

dará para uns 300mW de eletricidade

Esperemos que dê para mais, 300mW gasta um arduino
A brincar, o que queres dizer tem M maiúsculo. Mega Watt, diferente de mili Watt

BrunoAlves Escreveu: ↑

29 fev 2020, 12:20

O problema do solar é a intermitência... Em vez do desperdício brutal de recursos nessa nova obra, eu preferia mesmo uma central nuclear. Isso é que sim.

civic Escreveu: ↑

29 fev 2020, 12:13

dará para uns 300mW de eletricidade

Esperemos que dê para mais, 300mW gasta um arduino
A brincar, o que queres dizer tem M maiúsculo. Mega Watt, diferente de mili Watt

Exacto, erro meu
A questão da intermitência ainda não se coloca nesta fasquia de potência instalada, pois esses 1GW ainda não é suficiente para colmatar a energia com fonte fossil em nenhum periodo do dia, ou seja, mesmo com intermitência seria toda usada e não chegava. A situação do hidrogênio poderia ser colocada com excedentes de renováveis, mas esses já são usados na bombagem, portanto acho que não faz sentido nenhum esse projecto, a não ser a utilização do hidrogénio para fins industriais.

http://www.centrodeinformacao.ren.pt/PT ... grama.aspx

BrunoAlves Escreveu: ↑

29 fev 2020, 12:20

O problema do solar é a intermitência... Em vez do desperdício brutal de recursos nessa nova obra, eu preferia mesmo uma central nuclear. Isso é que sim.

Eh pá, isso é que já não faz sentido absolutamente nenhum!
Então agora, quando o solar já é mais barato que o carvão, ir para a via mais cara de todas mesmo com custos escondidos de baixo do tapete...