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Nonnus Escreveu: ↑

04 jan 2021, 15:42

O único problema para já é arranjar sitio para abastecer. Ao contrario do carro elétrico sem carregadores conseguias carregar em casa, ou no trabalho, desde que tenhas uma tomada, não é o ideal, mas é certo que consegues carregar.

Neste caso vai ter que haver uma grande força de vontade ($) para se começar a instalar postos de hidrogénio. Neste momento alguém comprar esse carro em Portugal é o mesmo que depois não conseguir andar com ele. Tu que foste um dos pioneiros nos VE´s e mesmo sem carregadores conseguiste dar uso ao teu VE. Nem todos vivemos em Vila Nova de Gaia ou Lisboa. Quanto tempo vai levar até haver uma rede suficiente para se abastecer. Se for como na ME nem daqui a 10 anos, pronto tem de se começar por algum lado. E Portugal não é exemplo para ninguém na adoção de novas tecnologias. E é bom que não inventem uma Mobi.H senão é que nem daqui a 10 anos

Como alguém disse: "façam o lago que os patos aparecem".

Hajam carros com esta tecnologia que os postos aparecem. A parte mais interessada nessa tecnologia é precisamente essa, os produtores e distribuidores de hidrogénio.
E além disso, para a comercialização do hidrogénio não vai ser necessário inventar nenhum esquema manhoso tipo Mobi.e pois será distribuído e comercializado pelas gasolineiras atuais reconvertendo os processos que já têm para a distribuição dos combustíveis fósseis. Como não temos hipótese de ter painéis no telhado a produzir H nem carregar o carro em casa, o negócio está garantido para as distribuidoras sem necessidade de complicar.

FullElectric Escreveu: ↑

04 jan 2021, 23:37

Hajam carros com esta tecnologia que os postos aparecem. A parte mais interessada nessa tecnologia é precisamente essa, os produtores e distribuidores de hidrogénio.
E além disso, para a comercialização do hidrogénio não vai ser necessário inventar nenhum esquema manhoso tipo Mobi.e pois será distribuído e comercializado pelas gasolineiras atuais reconvertendo os processos que já têm para a distribuição dos combustíveis fósseis. Como não temos hipótese de ter painéis no telhado a produzir H nem carregar o carro em casa, o negócio está garantido para as distribuidoras sem necessidade de complicar.

Como sabemos armazenar hidrogénio não é a mesma coisa que armazenar gasolina. Nunca iremos ter hipótese de despejar hidrogénio para um jerrican Ou seja pela sua natureza o nº de postos de h2 serão reduzidos e extremamente caros a construir. A produção de hidrogénio é outro problema. Assumindo que não se quer hidrogénio a partir de combustível fosseis, o hidrogénio verde em quantidades relevantes só vai ser uma realidade daqui a 10 anos na melhor das hipóteses. Outro aspecto é que os veículos a hidrogénio atuais de certeza são vendidos com prejuízo (mesmo que não seja admitido) assim como os primeiros leafs eram também vendidos com prejuízo.

Os lobís de hidrogénio querem os Estados suportem em grande parte este custo de transição, contruindo infraestruturas de carregamento, subsidiem os veículos (no Japão um FCV tem mais subsidio que o um BEV...) e subsidiem o hidrogénio verde. É aqui que torço o nariz. Os custos que se estão a exigir ao Estado para a transição para o H2 são muito superiores aos que historicamente foram dados para os BEV. Se o nosso objetivo é reduzir emissões nos próximos 10 anos deve-se financiar os BEV e não FCV. Para um país pequeno e com poucos recursos como Portugal isto ainda é mais premente, mas o governo já decidiu (só para começar) investir mil milhões no hidrogénio, quando nem todos os concelhos têm postos de carregamento, e a titulo de exemplo o projeto da Brisa (Via verde Eletric) de implementar posto rapidos e ultrarrapidos este ano custa "apenas" 10 milhões.

São escolhas meus senhores, não podemos ter tudo.

Neste novo Mirai vemos que a tecnologia tem evoluído bastante, contudo ainda está muito longe dos BEV, eu não partilho do deslumbramento que o Guilherme demonstrou.
9,5 seg dos 0 aos 100 são prestações de CI
800kg a menos que um BEV equivalente? tenho dúvidas, não consegui ver quanto pesa o Mirai, o meu Kauai com autonomia equivalente pesa 1760 kg
Preço menor que um BEV, pois pois
Bateria de 2kWh, uiii vai ser somar carradas de ciclos por viagem. Se tiver uma regeneração ao nível dos BEV vai necessitar de trocar muitas baterias ao longo da vida;
Custos com a manutenção geral do Mirai será certamente muito superior a um BEV

Comparando o comparável, apresento os prós e contras deste Mirai Full Cell vs o meu Kauai Electric
Autonomia idêntica.
- Mirai, 470km (depósitos de 5,6Kg H2 e consumo médio do teste 1,2kg/100)
- Kauai, 500km;

Preço mais barato ??
- Mirai 64.000€ (na Alemanha, cá vamos ver)
- Kauai 67kWh 43.000€

Tempo de carga (havendo postos):
- Mirai, 5 min a carregar 5,6kg. Numa utilização normal, 300km/dia, tem que ir à bomba todos dias, +- 15 min gastos/dia
- Kauai, 0 min/dia perdidos. Numa utilização idêntica carrega de noite ou no parque da empresa qd está parado.

Habitabilidade:
- Mirai. Devido aos tanques de H2, fica com 1 túnel central que prejudica o ocupante do meio e uma mala muito pequena

Consumo:
- Mirai, 1,2 kg/100. Segundo os valores apresentados no vídeo 1€/0,1kg, ---> 12€/100km
- Kauai, carregado em casa de noite ou na empresa, 1,8€/100km

É bom que apareçam alternativas aos CIs e este Mirai poderá ser uma. Mas se o compararmos com um BEV dificilmente conseguimos encontrar um ponto em que seja melhor

Partilho dessa opinião, a questão é que se dizes a uma pessoa que o teu Kauai leva 8 horas a carregar na tomada lá de casa e o Mirai leva 5 minutos, por muitos argumentos que uses vai ser difícil de convencer. Repara no comentário do OCasal que até é uma pessoa que tem um VE.

Vai ser o argumento da ida ao Algarve, é sempre...

Há uns meses (se calhar mais de um ano) o Bjorn fez um vídeo com um carro a hidrogénio, ainda antes da explosão daquela bomba na Noruega. A questão dos 5 minutos é engraçada, porque se bem me recordo alguns tipos de bomba de hidrogénio (não é esquisito dizer isto? ) precisa de algum tempo entre abastecimentos para comprimir o dito para o próximo fornecimento.

Eu continuo convicto que será uma forma de energia a utilizar em veículos pesados e de longo curso mas que, com o tempo, irá cair em desuso na maior parte da utilização em ligeiros e pouco pesados. Claro, só quando não for produzido a partir de petróleo, como é actualmente.

Hydrogen FOOL cell. É como eu gosto de chamar.

Agora falando um pouco mais a sério não acredito que esta tecnologia vá vingar. Os BEVs já estão muito avançados e são melhores em geral. O FullElectric exemplificou bem isso. De qualquer forma é preferível investir no desenvolvimento das baterias, porque isso todos usam.

Já deixei o fundamentalismo para os tempos de juventude...agora olho para tudo de forma pragmática.
Enquanto não se resolver em definitivo o grande problema da densidade energética, penso que deveremos olhar para a tecnologia das fuel cell como 'um mal menor' principalmente para o transporte pesado como o Bruno indicou (camiões, cargueiros, comboios, etc...). Penso que não faz muito sentido para o sector de automóveis ligeiros e carrinhas de transporte de baixa tonelagem...aí sim, faz sentido olhar para BEVs.
Penso que as SSBs podem resolver parcialmente o problema da densidade energética, mas ainda estamos numa fase prematura da tecnologia e longe de números 'ideais'.

Eu sinceramente só vejo futuro no hidrogénio para o transporte marítimo, e duvido muito que seja alguma vez usado na aviação por questões de segurança.

Tudo o resto fica melhor servido com baterias, tendo em conta a melhoria contínua na capacidade que tem sido imparável, face à fraca evolução nas células de combustível e à quase inexistência de infraestrutura de carga, que é 1 ou 2 ordens de magnitude mais cara que a de eletricidade. Isto para não falar na enorme diferença do preço da energia...

+1

fernandinand Escreveu: ↑

06 jan 2021, 16:05

Já deixei o fundamentalismo para os tempos de juventude...agora olho para tudo de forma pragmática.
Enquanto não se resolver em definitivo o grande problema da densidade energética, penso que deveremos olhar para a tecnologia das fuel cell como 'um mal menor' principalmente para o transporte pesado como o Bruno indicou (camiões, cargueiros, comboios, etc...). Penso que não faz muito sentido para o sector de automóveis ligeiros e carrinhas de transporte de baixa tonelagem...aí sim, faz sentido olhar para BEVs.
Penso que as SSBs podem resolver parcialmente o problema da densidade energética, mas ainda estamos numa fase prematura da tecnologia e longe de números 'ideais'.

Eu estava a referir-me em particular aos automóveis. Aí não vejo utilidade nenhuma no hidrogénio, até mesmo em camiões. Por enquanto é capaz de ter utilidade só em cargueiros e talvez aviões, mas como o mjr já disse em aviões é arriscado. No entanto não estou a ver a quererem aplicar isso em mais lado nenhum sem ser em automóveis ligeiros.

Seja como for eu acredito que nas próximas décadas as baterias vão evoluir muito. Se calhar até vão poder ser usadas em aviões e cargueiros, pelo menos espero isso.