Aqui está a prometida reportagem, sobre a mega viagem que realizei nos últimos dias, de 1270 km em 6 dias.
O objectivo era evitar ao máximo as cargas rápidas e as portagens, e obviamente, visitar as localidades por onde ia passando, que diga-se de passagem, era o objectivo número 1.
Dia 1 - Saída de Lisboa com 100% de carga, pela fresquinha, chegada a Leiria às 09h50, com 130 klms percorridos, carreguei junto à câmara (obrigado Orlando) até às 15h00. Já estava mais que carregado quando arranquei, porque tive à conversa com um casal, que me fez várias questões sobre o carro. Aproveitei no entanto para ver Leiria com outros olhos, aconselho uma visita pormenorizada para quem não conhece, vale a pena, tem muita história para contar.
- Saída de Leiria, em direcção a Coimbra (carreguei em Celas, obrigado Apr), viagem de cerca de 60 klms, o tempo estava porreirinho, deu para passear sem restrições tanto em Leiria como em Coimbra. Aqui foi uma passagem mais curta, porque além de já conhecer muito bem a cidade, estava a contar passar novamente no regresso. Vi 2 Leafs em Coimbra, um da thyssen, e um creme/branco se não estou em erro, este último veio atrás de mim algum tempo, o da thyssen estava a carregar na Rua do Carmo.
- Saída de Coimbra em direcção a Tondela, mais 60 e poucos klms, sem grandes problemas. De notar que para mim, os postos de Tondela são os mais bonitos que já vi, pelo facto de terem painéis solares a proteger o veículo. Existia um hotel bem perto do posto da rua Dr. Amadeu Ferraz de Carvalho, o que foi perfeito para o carregamento e para o conforto máximo, entretanto eram horas de jantar e descansar um pouco.
Dia 2 - Saída de Tondela cedinho, em direcção à torre da Serra da Estrela, fui como sempre, dentro dos limites da velocidade permitida, mas à medida que me aproximava da Serra da Estrela, a autonomia começou a baixar abruptamente, nunca tinha visto o carro a consumir tanta energia, as temperaturas estavam muito baixas (apanhei -3 ºC), e mesmo a velocidades malmonásticas, os 1500 metros a subir, arruinaram completamente a autonomia restante. Quando cheguei aos 1500 metros acendeu o aviso de bateria fraca, e ainda faltavam 12 klms para a torre, entretanto o tempo começou a piorar consideravelmente, já não se conseguia ver quase nada e começou a cair granizo e neve, decidimos parar num barzito que encontrámos. Bebemos e comemos qualquer coisa quente, e colocámos o carro à carga um bocado, o sr. informou-me que tinha 30A por fase, para carregar à vontade, que potência não faltava. O tempo piorava cada vez mais, até que já não se podia subir, porque o gelo na estrada não o permitia, decidimos descer, e ficar no Sabugueiro, num hotel à maneira de turismo rural, e claro, pedir uma tomada para continuar a viagem, mais uma vez, além das shucko, tinhamos trifásica 30A por fase disponível. Estava um calor muito esquisito, ao qual não estou habituado, -1ºC, 0, e chuva com fartura, claro que este frio não era geral, no hotel estavam 22ºC. Como o tempo não ajudou minimamente, decidimos ficar por ali a descansar, e tentar ir à torre no dia seguinte, bem cedinho, ainda antes do pequeno almoço e com a bateria a 100%. Estivemos à conversa com o dono do hotel, que estava bastante curioso sobre a tecnologia do Leaf, e referiu que estava a pensar comprar um veículo eléctrico lá para casa, pelas razões que todos nós já sabemos

Dia 3 - Sabugueiro, com destino à torre da Serra da Estrela, realmente aquela subida é uma sorvedora de energia, desta vez, apesar de tudo, chegava lá acima sem problemas, mas provavelmente com menos 50-60% de bateria, a descer é de facto um mimo, nunca regenerei tanta energia, eram records atrás de records. No entanto, não foi possível chegar ao topo, a estrada estava cheia de gelo, o carro escorregava por todos os lados, e como a segurança está primeiro, dei logo a volta para trás (depois, descobri que 1 klm acima a estrada já estava cortada), nos 1600 metros, sensivelmente, e voltei para o Sabugueiro
- 2º Pequeno almoço e saída do Sabugueiro com 100% de carga, em direcção a Mangualde.
- Chegada a Mangualde, 40 klms depois, os postos estavam os dois mortos, um tinham tirado a parte de trás, apesar de não faltar lá nada, estava desligado como é normal, e o outro estava bloqueado com "please wait", demos uma volta rápida e seguimos para Viseu, mais 18 klms.
- Chegada a Viseu, só os postos que estavam fora do centro não estavam ocupados, mas todos eles, tinham apenas a sinalética de Parque para veículos eléctricos. Apesar de tudo, consegui carregar na rua Francisco Alexandre Lobo, porque apesar dos lugares estarem todos ocupados, estava um senhor dentro do carro, e pedi-lhe se podia retirar o carro para eu carregar, ao que respondeu afirmativamente. Lá coloquei à carga, e fui passear. Quando fui ao museu Grão Vasco, vi que tinha lá um posto, e quando entrei, um dos lugares estava desocupado, quando saí, já estava ocupado por cl's.
- Saída de Viseu depois de visitar vários museus, com destino a Vila Real, cerca de 100 klms. Depois da subida da serra, fiquei com algum receio e desde então, até mesmo ao fim da viagem, nunca mais vi sequer o aviso de bateria fraca, a serra fez-me andar mais devagar, o que se veio a provar não haver necessidade, porque nem chegava à bateria fraca (estudei a altimetria dos percursos todos, com mais afinco, depois da serra da estrela). Os tempos que demorei, nestes percursos, são os normais, andei normalmente com os outros carros, à excepção de algumas subidas, em que fiquei com algum receio e andei mais devagar.
- Chegada a Vila Real (carreguei na rua irmã virtudes, obrigado Vitor), só estava um lugar livre, o outro ocupado por um cl, que saiu umas horas mais tarde, depois da festa da castanha terminar. Estava bastante frio, mas nada comparado com a Serra, demos uma volta, mas a maioria dos edifícios já estavam fechados, o que não permitiu que a diversão fosse maior, de qualquer das formas, deu para registar alguns factos bem interessantes. Jantámos e arrancámos com 100%, em direcção a Guimarães. Apanhámos subidas bem íngremes, mas nada que o leaf não superasse sem problemas, até porque eram apenas 80 kms. Cheguei com 45% de SOC, a chuva foi intensa, mas pior foi o nevoeiro, em certas zonas não se via quase nada. Chegada a Guimarães já bem tarde, carregámos na Rua Constestável Nuno Álvares. Este posto é vigiado por seguranças que estão mesmo ao lado do posto, e só é permitida a entrada (tem uma corrente que baixa automaticamente, com a autorização dos seguranças, claro) a veículos autorizados ou eléctricos para carregar, o que é perfeito, porque assim o posto nunca está ocupado a não ser por Ev's em carga, já para não falar que o veículo está a ser controlado 24 horas. Fomos para o hotel mais próximo e descansámos o máximo possível.
Dia 4 - Visitámos a cidade de Guimarães, tudo o que era cantos e recantos e notámos que tirando o posto onde carregámos, todos os outros estavam ocupados por cl's, algo que vou enviar por mail, à Câmara de Guimarães e às restantes em que a situação era similar, de forma a que sensibilizem as autoridades para os problemas que encontramos regularmente. Não quero deixar de informar também, as câmaras que prestam um melhor serviço nestes casos, o que farei também por email.
- Saída de Guimarães com 100% de carga, em direcção a Braga, cerca de 20 klms de viagem, chovia torrencialmente, colocámos o carro à carga na praça do município, estavam os dois lugares livres, apesar de os lugares à volta estarem todos ocupados, o que é de louvar, e de denotar que a cidade está a fazer um bom trabalho. Chovia tanto que só tivemos cerca de 2 horas na cidade, não era possível ver nada, a não ser quando entrávamos para dentro de algum edifício. Almoçámos e seguimos viagem para Viana do Castelo.
- Cerca de 50 klms depois chegámos a Viana do Castelo, o primeiro posto onde tentei carregar estava avariado, junto à estação de comboios, estava lá um condutor a ocupar dois lugares, mas estava dentro do carro, assim que lhe fiz sinal saiu logo e pediu desculpa, devia estar à espera de alguém. Em Viana do Castelo a população é extremamente civilizada, não há carros estacionados onde não devem, os lugares dos eléctricos estavam todos livres, só vi um lugar ocupado uma vez. Mesmo em frente a prédios os lugares estavam livres, fui lá confirmar se o posto funcionava, e apesar de não ter ligado o cabo, aceitou o cartão e disponibilizou a tomada mennekes (na Rua cidade Baia). Acabei por deixar a carregar no edifício da Marina, na mennekes. Passámos o resto do dia em Viana do Castelo e uma boa parte do dia seguinte, tem vários museus muito interessantes para visitar, e muita arquitectura para apreciar.
Gostava também de frisar que nos locais onde passámos, o nosso objectivo era não só visitar, como aproveitar a gastronomia local, especialmente os produtos/pratos regionais e únicos muitas da vezes.
O texto já vai longo, acho melhor fazer o regresso mais tarde


Aqui estão algumas das centenas de fotos que tirámos https://www.dropbox.com/sh/7z842b1u7zl1 ... Difba?dl=0