Do arco riberinho do Tejo a Faro em duas etapas
No fim de semana passado, o Ioniq estreou-se numa viagem ao Algarve. O facto de poder fazer esta viagem em duas etapas foi uma das razões para escolher o Ioniq. Nenhum dos seus rivais, Zoe ou Leaf de 2018, apesar do maior alcance, poderia fazer melhor.
Para mim, a viagem são qq coisa entre 260km e 270km conforme o percurso. Se escolher 100% auto-estrada, são 260km e o PCR de Aljustrel fica bem a meio aos 130km. Então esta foi uma viagem por AE com paragem no PCR de Aljustrel com o cruise control sempre nos 120km/h.
Não quis sair com o carro carregado a 100%. Por um lado, como o PCR é exactamente a meio caminho, e não tencionava carregar no PCR além dos 80%, não queria desequilibrar as coisas. Por outro, influenciado pelo DB do BrunoAlves, achei que nem tinha de me preocupar. Fiz o que tinha de fazer nesse dia e acabei por sair a 87% com 200km de autonomia.

Era seguro. O carro mostra no meio do velocímetro a distância ao waypoint e a autonomia. Enquanto uma fosse menor que a outra, estava tudo bem. Caso o PCR de Aljustrel estivesse avariado, a distância a Beja, com postos lentos, seriam 45km...
No princípio andei bem depressa, fiz muitas ultrapassagens, parecia que tinha margem para isso. A diferença entre as duas esteve muito tempo nos 50km. O problema é que isto foi à tarde e estavam 35 graus (AC a 24). Para baixo dos 90 de autonomia, a diferença foi diminuindo, 45, 40, 35, 30, 25... Foi pior do que imaginei, ficou claro que o plano de contingência para Beja já não ia ser possível.
Claro que bastava ter reduzido a velocidade para os 115km/h para eliminar quaisquer receios, mas eu não o quis fazer porque queria obter o benchmark. 3km antes do PCR surgiu o aviso de bateria fraca.

Carreguei o carro acho que a 91%. A média de 13,4kWh/100km que o carro está a indicar é relativa não só aos 130km de viagem, inclui também os quase 30km que tinha feito de manhã.

À saída do PCR de Aljustrel estava preocupado, naturalmente. A média do carro reiniciou-se automaticamente com o carregamento, e durante os primeiros 20-30km estava nos 22kWh/100km. Essa média podia-me obrigar a abastecer no PCR de Loulé em vez das duas etapas planeadas.
Não sei se foi da temperatura, se a influência da aceleração ao entrar na AE, se o facto de entre Aljustrel e a serra ser uma subida ligeira mas constante... O facto é que assim que cheguei à serra, a média começou a descer abruptamente e estabeleceu-se abaixo dos 17kWh/100km.
A segunda etapa acabou por ser facílima. Ainda por cima, não é 100% AE, os últimos kms até Faro são a 50-70km/h, por isso não havia o menor receio.
Fica a foto da média ao sair da A2 para a Via do Infante, 16,6kWh/100km contados nos 95km desde o PCR de Aljustrel e a foto da chega a Faro, 42km depois, com a média de 15,1 e uma autonomia de 31km que provavelmente era pessimista.

Esta viagem durou 3h06' com uma paragem de quase 40'. Eu queria ter demorado menos tempo na paragem, e ter carregado só até aos 80% mas são 3 filhos de colo, e houve mudanças de fraldas, etc.